Uma viagem de carro longa...
Uma música que passa vezes sem conta no auto-rádio...
As mesmas expressões faciais, desde o momento de saída de casa...
Vestindo as roupas mais tristes que guardavam os armários...
Encosto a minha cabeça ao vidro... Sinto-me melancólica e nostálgica...
Não sei se é do tempo que se vestiu o dia...
Acho que pode ser desta chuva...
Ou então, é a tua falta...
Cheguei à tua nova casa... rodeada de silêncio e tristeza...
Toda a gente veste a tristeza nas suas caras...
Tu estás aqui apenas em lembrança e resta de ti um corpo morto, vestido com a tua melhor roupa...
Lembro de ti... do teu sorriso... das longas conversas... dos passeios durante a madrugada... lembro-me de que gostavas do verde e não do preto... Por isso hoje vesti aquela camisola que me deste... verde...
Parece que acordei num pesadelo e que não consigo sair daqui... quero adormecer num sonho e estar contigo, abraçar-te e saber-te aqui, ainda do meu lado...
Chegou a tua hora... a hora de te esconderes do mundo e descansares longe de nós... Não consigo ficar ali a assistir ao final de tudo, recusando-me um pouco a acreditar no final... Sempre achei que a nossa história seria interminável...
Deixo contigo a primeira flor que me deste... o primeiro beijo... a primeira emoção sentida...
Entro no carro e assisto à despedida.... como custa demais dizer adeus... saber que não vais voltar... saber que não é apenas uma distância causada por uma discussão tola!
Continua a chover, as gotas da chuva caiem na minha janela ao mesmo ritmo que caem as minhas lágrimas na minha face... Perco o meu olhar no longíquo... deixo a minha mente viajar até ao horizonte... No final, apenas resta um vazio e este silêncio...
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