sábado, 27 de dezembro de 2008

Xadrez, Damas e Jazz, um pedacinho de nós!

Sonhei com o melhor, acredita que sonhei e acreditei nesse mesmo sonho durante algum tempo.
No entanto, acordei do sonho e vi que disso não passou... um sonho daqueles tipo algodão doce que se desfaz na língua....
Pensei que iríamos estar juntos por algum tempo, que caminhariamos na mesma direcção e que não haveria jamais tempo limite para as nossas longas conversas! No entanto, o despertador tocou e vi que, para além do sonho, havia um tempo limite para tudo e até para nós.
A única coisa que resta são alguns cd's daquela música jazz que aprendemos a ouvir juntos e que marcam cada palavra de sentimento trocada entre nós. Lembras-te daquele dia em que fomos jantar àquele restaurante, pertinho do Douro, com meia luz e o brilho da lua no rio... Esse mesmo jantar em que escolhemos a nossa música."The way you change my life... they can't take that away from me"... Em que me seguraste a mão e sorriste com outro segredo nos teus lábios.
Agora restam algumas fotografias e cartas do tempo em que estive fora e as chamadas telefónicas pareciam não durar mais que uns minutos que não guardariam nada do que sentíamos. Esse tempo que estive fora e que te arrastaram para longe de mim...
Inevitavelmente, o meu regresso tornou-me diferente e a ti irreconhecível... Tão distantes e sem saber mais o que nos unia para além do sonho, optamos pela realidade. E essa não nos tinha juntos sequer peões no jogo de xadrez de cada um...
Eu continuo a jogar xadrez, porque sou complexa e demoro sempre imenso tempo a resolver seja o que for! Tu passaste a ser um jogo de damas, que quando sabemos bem qual as regras e truques mais simples e menos indeciso...
Já nem as minhas linhas conseguem explicar a nossa história... Apenas aquela música de jazz...

sexta-feira, 26 de dezembro de 2008

Velocidade nos sentidos...

Na minha vida as coisas sempre aconteceram depressa demais! Tão depressa que não consegui ver tudo como queria, sentir tudo como queria, ouvir tudo como queria e saborear tudo como era suposto fazer.
Dizem que custa viver, mas mais difícil ainda é saber viver. Perco-me sempre nessa expressão e acredito que sou a personificação ideal do seu complicado significado.
Hoje, à custa da velocidade desenfreada, sento-me no sofá e pego no comando das minhas acções e deixo a vida passar como um vídeo em "slow motion". Calo-me por horas seguidas de pensamentos e lembranças, esperando sinceramente saber como é suposto viver.
Ouço os "crescidos" à minha volta, vejo os amigos que também estão crescidos e ocupados com as suas vidas e fico à espera de alguma conclusão. A conclusão não chega porque eu, também, parei para viver a minha vida ocupada por momentos rápidos sem sabor e sem lembrança.
As palavras de amor ditas nos últimos tempos são rapidamente esquecidas e os gestos perderam qualquer importância para o curso da vida acelerada.
Insisto em parar e recomeçar lentamente o percurso, ainda não revelado, mas esperado para que eu possa caminhar.
Pretendo sentir, ver, ouvir, saborear e tocar todos os momentos da minha vida e não quero mais sentar-me a expectar pelo imprevisível e a deixar que a rapidez corra em todos os meus movimentos e momentos.
Dedico-me então a estas palavras escritas na esperança de me relembrar todos os dias de que quero ver as coisas correram mais devagar, para que as possa agarrar com as minhas mãos...
Com as minhas duas mãos, espero agarrar os meus dias e os teus.... Espero amanhã lembrar-te da palavra que me dizes todas as noites quando adormeço sem perceber, causa de um cansaço imenso....

terça-feira, 16 de dezembro de 2008

Segredo e um Sorriso

Diz-me um segredo... Um segredo daqueles que só a nós pertence e desse teu sorriso, que trazes contigo sempre que vens ver-me, deixa-me um pedacinho.
Diz-me qualquer coisa bem baixinho ao meu ouvido, pois a ternura do teu toque reside no carinho da tua voz....
Diz-me Bom dia, abraça-te a mim e pede para que a noite regresse estrelada e brilhante.
Diz-me Boa Noite e envolve-me no teu abraço, com a certeza de que sou tua...
Tu que és tantos num só e eu que não passo da tua menina pequenina! Por isso pega em mim e protege-me como se de um pequeninho pássaro se tratasse.
Diz-me um segredo, daqueles bem doces e faz-me acreditar que posso sonhar com amanhã.
Diz-me um segredo e não vás embora sem deixar o teu sorriso... aquele teu sorriso que utilizo com o meu quando torno-me tua cúmplice...
Diz-me qualquer coisa e deixa-te ficar do meu lado só mais um pedacinho...

sábado, 6 de dezembro de 2008

Luzes de Natal

As ruas da cidade estão todas iluminadas e agitadas. Acho que a Baixa tem muito mais vida no Natal, acho que devia ser Natal todos os dias... Nesta altura, as pessoas andam todas com os corações mais cheios de qualquer coisa e os afectos esquecidos durante o ano, são relembrados e aquecidos não só com prendas e embrulhos, mas com palavras e toques.
Enquanto vou passando pela rua, não deixo de contemplar toda a iluminação e decoração e até o frio imenso engraça as ruas e decorações da época.
Nesta rua, com um frio imenso, vou passando pelas inúmeras montras e deixo-me ficar de propósito mais tempo fora de casa para continuar a sentir isto. O meu longo casaco preto, o meu cachecol imenso e as luvas ajudam-me a aguentar mais tempo...
Sinto-me uma pequenina observadora que vigia o resto do mundo nesta época e que ao escrever regista o que se vai sentido nas ruas e nas expressões faciais, para que não se perca nem um pedacinho do que é sentir este calorzinho.
A época deve ter o significado que cada um entender... Seja um dia religioso, um dia especial em que o mundo inteiro para ou o dia do Pai Natal... Não interessa o que é, mas como se vive e sente.
Nem sei bem porque estou a escrever sobre isto, mas seja como for... da maneira que for, escrevi porque há dias que passo repetidamente pela Baixa para sentir o calorzinho das luzes e das comprinhas de Natal que passeiam nas mais variadas mãos das pessoas que invadem as ruas de Santa Catarina!
Porque gosto de tudo o que as luzes de Natal trazem às pessoas...

Por isto e porque simplesmente me apeteceu:

"Have yourself a merry little Christmas... For now on our troubles will be outside..."