sexta-feira, 26 de dezembro de 2008

Velocidade nos sentidos...

Na minha vida as coisas sempre aconteceram depressa demais! Tão depressa que não consegui ver tudo como queria, sentir tudo como queria, ouvir tudo como queria e saborear tudo como era suposto fazer.
Dizem que custa viver, mas mais difícil ainda é saber viver. Perco-me sempre nessa expressão e acredito que sou a personificação ideal do seu complicado significado.
Hoje, à custa da velocidade desenfreada, sento-me no sofá e pego no comando das minhas acções e deixo a vida passar como um vídeo em "slow motion". Calo-me por horas seguidas de pensamentos e lembranças, esperando sinceramente saber como é suposto viver.
Ouço os "crescidos" à minha volta, vejo os amigos que também estão crescidos e ocupados com as suas vidas e fico à espera de alguma conclusão. A conclusão não chega porque eu, também, parei para viver a minha vida ocupada por momentos rápidos sem sabor e sem lembrança.
As palavras de amor ditas nos últimos tempos são rapidamente esquecidas e os gestos perderam qualquer importância para o curso da vida acelerada.
Insisto em parar e recomeçar lentamente o percurso, ainda não revelado, mas esperado para que eu possa caminhar.
Pretendo sentir, ver, ouvir, saborear e tocar todos os momentos da minha vida e não quero mais sentar-me a expectar pelo imprevisível e a deixar que a rapidez corra em todos os meus movimentos e momentos.
Dedico-me então a estas palavras escritas na esperança de me relembrar todos os dias de que quero ver as coisas correram mais devagar, para que as possa agarrar com as minhas mãos...
Com as minhas duas mãos, espero agarrar os meus dias e os teus.... Espero amanhã lembrar-te da palavra que me dizes todas as noites quando adormeço sem perceber, causa de um cansaço imenso....

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