sábado, 29 de novembro de 2008

Filha da mãe de solidão...

Hoje é daqueles dias em que me deixo afundar na cama carregada de cobertores e com uma almofada grande e fofa. Esta almofada que tão bem consegue segurar os meus sonhos e limpar as minhas lágrimas...
Fui invadida pela "filha da mãe da solidão" e, de repente, a menina independente e dona do seu narizinho passa a menina que precisa desesperadamente de colo e de sentir amor...
Hoje deixo-me ficar pela cama, vejo tudo o que dá na televisão e opto por não dizer nem um ai... Nem sequer peço para que me abram a janela e me corram as cortinas para entrar a luz... Que permaneça escuro este meu quartinho e amanhã talvez deixe entrar um pedacinho de luz...
Não quero me encontrar com ninguém e espero sinceramente ser resgatada por um sapo, que seja príncipe à séria e que venha com uma capa de um trevo de quatro folhas...
Um sapo, príncipe à séria, que me peça as tranças para trepar este muro inivísivel que a "filha da mãe da solidão" ergueu... Alguém armado em tom de heroísmo e que acredite que consegue travar um duelo com este coração tristinho e partido ao meio...
Alguém que cavalgue as inseguranças e distribua raios de sol neste meu quartinho de cama imensa e almofada em que me afundo...

sábado, 22 de novembro de 2008

Always baby

A nossa história foi rápida mas senti-a a sério... Tão a sério que quando chegou o momento soube que tinha que deixar-te ir. Ias porque querias e não precisei de perguntar o motivo.
A tristeza não chegou a apoderar-se dos meus dias... Mais tarde ou mais cedo, tinhamos que seguir e sim o mundo lá fora tinha importância...
Tu que tens tanto ainda para descobrir... que tens fitas ainda para transformar em laços parecidos aos que eu tenho... Tu que ainda não sabes o porquê que eu gosto tanto desta nossa cidade... Tu que ainda não sabes o gozo que dá aqueles pequenos momentos de conversa ao final do dia cor-de-laranja, com um bom café e um amigo para trocar frases e gargalhadas...
Tu que ainda tentas encontrar-te nos vários caminhos que os dias te dão... Tu que ficas cansado com a intensidade dos dias e entusiasmado com o que virá a seguir... Tu que ainda estás a descobrir tudo de ti e da tua vida...
Eu já sei um pouco mais que tu... Já sei o que quero e o que não quero... Já passei por esses caminhos todos e já escolhi o que tinha a escolher... Eu que sei um pouco mais de mim e me reconheço nos pequenos gestos... Eu que já não aprecio as longas confusões de uma noite de emoções... Eu que aprecio um chá quente ao final do dia, bem no início de uma madrugada de sonhos que espero que me tragam alegria para o dia seguinte... Eu que sei o que quero de um amor e de alguém que fique do meu lado...
Eu que tenho tanto a pedir e tanto a dar... e Tu que não sabes o que dar.... nem se queres... Tu que não sabes se queres ou não receber...
A vida encaminhou-se de nos separar e terminar uma história, mais uma nas nossas vidas... Onde ficam as coisas boas... As piadinhas... os olhares trocados... o amor em segredo... o adormecer abraçado... os beijinhos intermináveis e os meus suspiros, como se tu fosses um doce... Aquele suspiro de satisfação...
No final, ficam gravados os minutos da nossa história... lembras?
O dia em que nos conhecemos... os desfiles de pijama... de boxers... de camisas desapertadas... as longas conversas sobre a vida e os desafios que irias encontrar... os meus desabafos de amores perdidos e complicados... os sorrisos... as risadas... o companheirismo... as frases... Tudo.

Depois disto, sei que sou diferente e que me ajudaste sem dúvida alguma... a ser eu sem medo... a viver com a certeza do que quero... Só por isso... Always Baby...

For now? I wish you love...

terça-feira, 18 de novembro de 2008

Báu....

Hoje não te agarrei nem prendi...
Deixei o abraço deixar de o ser...
As palavras guardei-as na minha garganta e coração...
Respirei fundo e ouvi-te suspirar...
Caminhei pela cidade inevitavelmente nostálgica, achando que o nosso tempo já foi há demasiado tempo atrás!
Aliás o nosso tempo é tão antigo que está guardado num báu, daqueles cheios de pó e enterrados num jardim qualquer...
Veio a noite, deitei e tentei não sonhar para não encher o meu coração de cor-de-rosa e vermelho. Acordei e as gotas de chuvas estavam impressas na minha janela... Olhei e procurei rastos de ti... rastos de mim... rastos de nós... Nada. Não estava ali nada...
Corri apressada para o jardim para encontrar o báu enterrado mas alguém o tinha levado para longe... Se calhar foram os rastos de ti...
Se calhar foram os rastos de mim... Não sei...
Hoje não me agarrei as lembranças guardadas na caixinha coração, aquelas lembranças de coração que tenho de ti...
Hoje limitei-me a não pensar no nosso báu... nem me permiti olhar sequer espreitar à caixinha coração... Deixei-me afundar no silêncio do meu quarto e no teu silêncio... sem esperar nada... apenas à espera de ver o tempo passar... apenas à espera de voltar a respirar...

sábado, 15 de novembro de 2008

Mais umas linhas...

Adormeci do teu lado, como era habitual... Sempre tivemos esse jeitinho especial de adormecermos juntos, sem que o outro se sentisse apertado na nossa pequena cama. Aquela cama que os tempos de juventude e de pouco dinheiro permitiam-nos...
As almofadas que dividiamos criteriosamente, tu sempre dormiste com a almofada mais alta e eu sempre com a mais baixa e mole para que pudesse dobrá-la e agarrar-me a ela, durante a noite.
Para além de nós os dois, ainda restava espaço para o peluche que tornou-se a minha companhia quando comecei a viver sozinha... e também para o gato, que estava lá em casa quando chegaste e por isso mesmo a tua alergia aprendeu a viver com ele...
Lembro-me de acordar sempre com o teu atraso e de acordar com uma carícia e com um sussuro que me dizia que já podia ir tomar banho...
Todas estas coisas que eram nossas e que me faziam sentir mais em casa... Sabias disso? Que os teus braços nessa altura eram um pouco de casa? Eu sempre encontrei pedacinhos de casa nas mais pequeninas coisas... Tu já eras diferente.
Tu sempre me disseste que não conseguias sentir esse conforto de casa... que não conseguias acalmar e sentir esta minha serenidade... Mas mesmo assim, adormecias do meu lado. E sabes quando dormíamos separados? Sim havia mais espaço e podiamos espalhar o corpo à vontade, mas faltava-me ali o cheirinho de casa... de conforto... de felicidade, que não sei explicar muito bem...
Hoje já não é assim... quando um tem a sua cama... as palavras não são mais trocadas e os olhares são evitados... e a minha tristeza é daquelas caladas... não me apetece falar com ninguém e só me apetece chorar... Mas sabes que as lágrimas recusam-se a cair? E tu que andas por aí, sempre com um ar tão alienado... sem um sorriso feliz, daqueles que tinhas e usavas quando te encontrei pela primeira vez...
O ar de menino traquina e de coração grande desapareceu com os dias... e o ar de alienado foi crescendo... a distância surgiu e ficou. E nós já não partilhamos mais aquela cama pequena nem os pequenos gestos de manhã...
Sabes que ainda não consegui parar de escrever desde essa altura? Procuro o conjunto de linhas ideias para descrever o que nos aconteceu... mas por mais que escreva não consigo aproximar-me da realidade e do que realmente sinto...
E por isso continuo a escrever pela noite e dia fora... talvez consiga explicar ou simplesmente consiga perceber que nem tudo tem de ter explicação... se calhar nós somos inexplicáveis!

Acaso, um encontro.

Encontramo-nos por acaso, como quem ao virar a esquina choca com alguém desconhecido...
Eu não sabia que irias entrar assim na minha vida mas mesmo assim fui abrindo a porta... Cada vez com mais espaço para que entrasses e invadisses os meus dias!
Tu também não sabias que me ias encontrar... Mas quando me viste, sabias com toda a certeza o que querias... o que irias fazer e até o que irias falar.
Os dias passaram e fui aprendendo a ler nos teus olhos o que a tua cabeça pensa e a tua boca esconde. Sim esses teus olhos que conseguem dizer muito mais que um livro explicativo qualquer de um tema qualquer...
Perco-me nestas palavras escritas para saber ao certo o que te quero dizer com as palavras ditas... mas acho que não vou dizer nada! O silêncio trará as nossas respostas e irá assegurar os nossos corações...
Agora que este encontro breve está quase a terminar... que os caminhos são diferentes, pois eu vou virar à direita e tu à esquerda... Duas ruas que não voltarão a encontrar-se nem sequer partilhar os atalhos que nos fazem chegar mais depressa ao pôr-do-sol!
Dizes que eu sou demasiado e eu sinto que és de menos...

segunda-feira, 10 de novembro de 2008

Tempestade

A nossa tempestade é só nossa! A nossa tempestade não precisa de terceiros elementos para que a chuva e o vento sejam cada vez mais agressivos e se afastem do mar.
A nossa tempestade é causada por mim, às vezes é o que penso. A nossa tempestade é causada por ti é o que sinto. Ou então simplesmente, a nossa tempestade é apenas resultado do que nós somos juntos e se calhar não dá mesmo...
Desisto de compreender o porquê destas discussões todas... Das portas batidas, das lágrimas deitadas antes de dormir, do revirar na cama sem motivo... Cansada de dormir de costas voltadas à pessoa que deveria estar sempre de peito aberto para me receber e acolher os medos.
Desisto de compreender esse teu silêncio e desejo de não me ouvires e veres mais... Desisto de tentar sempre resolver as coisas, como se eu fosse a única adulta entre nós...
Cansada de tentar ser um sol num cenário de tempestade agreste e selvagem... Cansada de respirar fundo e não dizer o que penso quando quero e quando sinto necessidade de o fazer.
Simplesmente, já não me importo de adormecer chateada contigo... Simplesmente não me importo de acordar chateada contigo e continuar o dia assim.
Simplesmente sou uma tonta... Simplesmente deixei de tentar ser pequenina... Porque caso não tenhas percebido eu sou grandinha... Porque sei o que quero e o que não quero... e disto não preciso...
O dia foi longo demais e a tempestade continua sem parar... Portanto que continue a chover porque eu sei que um dia o sol vai brilhar... pelo menos, para um de nós!

terça-feira, 4 de novembro de 2008

A nossa história

A nossa história meu querido...
Essa história construída pelos minutos, horas, dias, meses e anos. Essa história que está escritas nas páginas das nossas lembranças e que nos fazem regressar a esse tempo, quando a tristeza nos invade o coração.
As lembranças gravadas em fotografias instântaneas que são a nossa mente... O toque que sempre foi o mesmo... as palavras sussuradas que sempre tiveram mais sabor do que uma taça de gelado de café com chantilly e pepitas de café.
Esse gelado que costumavamos ir comer àquela esplanada bem pertinho do mar, onde conseguimos ouvir as ondas tocaram nas rochas... Aquela esplanada onde o sol era sempre cor-de-laranja meio rosado. Aquela esplanada onde palavras sérias trocamos pela primeira vez.
A nossa história que não cabe nas linhas do meu caderno, a nossa história que não se contenta com um pequenino caderno... A nossa história.