Quantas vezes disse-te que gosto de ti? Quantas vezes disse-te sem medo tudo isto que transporto dentro de mim? Que és, ou pareces ser pela imensidão do que trago no peito, a minha metade da laranja?
Essa "metade de mim", que Chico Buarque proclamava, enquanto nós nos perdiamos em pensamentos e sonhos? "A metade arrancada de mim", continuava ele a cantar, e nós sem imaginarmos que o conto de fadas ia deixar de o ser para passar a realidade?
A realidade de nós que foi afastando-nos e que nos transformou irreconhecíveis ao olhar, ao toque e à palavra. Aquela realidade que me faz sentir uma saudade de quem sabe quem não pode regressar ao conto de fadas pois não resta espaço para qualquer outra linha de sonho!
Lembro-me das nossas conversas, que duravam noites inteiras e eu sem sentir sono e a continuar a sentir energia. Quando eu comecei a desejar que o tempo demorasse mais que o tempo, só para poder viver deslumbrada com tudo o que trazias de ti...
Sei que a nossa história não foi o conto de fadas com o final feliz, no entanto... Quem disse que o queria assim? Sei que a nossa história não foi a mais especial da vida de cada um, mas quem disse que ficarmos lado a lado seria impossível, sequer impensável?
Lembro-me de me dizeres "que estavas triste, tristinho" num telegrama dedicado a um sapinho que quis, mas não conseguiu, ser por uns breves instantes uma linda princesinha daquelas encantadas...
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