sábado, 30 de agosto de 2008

Garotinha?

É isso.... "quem sabe eu ainda sou uma garotinha"... é isso se calhar "o príncipe virou um chato"!!!

E por isso mesmo peço um pouquinho de "malandragem", até porque sou "poeta e não aprendi a amar..."

Sim... eu "sou criança e não conheço a verdade..."!


"Quem sabe eu ainda sou uma garotinha!"

Sentindo liberdade... Onde o doce sabe a doce, onde o vento traz a liberdade e as palavras trazem o sorriso... :)

quarta-feira, 27 de agosto de 2008

Regresso a casa

A ordem regressa lentamente à minha razão e ao meu pequenino coração, ainda pequenino demais e meio incerto dos dias que virão.
A calma regressa aos dias e o meu próprio caminho desenha-se de dia para dia. Desenha-se em contornos de gestos, pensamentos e certezas só minhas, uma tranquilidade que procurava há algum tempo.
A solidão e o silêncio trazem consigo as respostas que preciso. Saber ser e estar sozinho, vai dando a um pouco de mim o que preciso para estar rodeada de uma multidão.

Sem muito mais para dizer, apenas isto:

Satisfeita por reconhecer o caminho de regresso a casa.

quinta-feira, 21 de agosto de 2008

Quarto branco

Num dia chuvoso como este, o seu corpo permanecia ali imóvel, a face demasiado pálida e a voz quase sumida.
Ela outrora um corpo cheio de vida, via os seus dias passaram naquele quarto demasiado branco e demasiado cheio de nada. Uma cama de ferro, uma pequenina mesa de cabeceira onde permanecia sempre uma caneca meio cheia de água e um jarro com uma magnólia, a sua flor preferida.
Nesse quarto já não estavam lá os livros, os inúmeros cd's, a quantidade enorme de sapatos coloridos, os perfumes, as fotografias e o gato que sempre esteve lá. Um quarto com uma janela sem cortinas, sempre com as persianas descidas até meio permitindo a entrada de uma meia luz. Essa luz que entrava no quarto deixava ver o seu rosto cada vez mais pálido, permitia conhecer a tristeza e o vazio daquele corpo. Corpo que outrora tinha tanta vida, tanta luz e tão cheio de tudo.
As pessoas iam entrando como que por turnos, sempre falando em meio tom e com um olhar de piedade. Essas mesmas pessoas conversavam com o pessoal sempre vestindo batas brancas, sempre com ar cisudo. As conversas ecooavam nos corredores mas não chegava para serem ouvidas naquele quarto.
A mãe adormeceu vezes sem conta, agarrada àquela mão que quase já não se mexia ou expressava. Era inevitável recordar o como aquele corpo e aquelas palavras usavam as mãos para dizer o que lhe ia na alma.
Os lábios deixaram de saber beijar e quase já não se mexiam para usar a palavra. Os dias passavam naquele quarto e aquele corpo permanecia quase imóvel olhando para o relógio, esperando que um dia conseguisse deixar de ver.
Um dia, o relógio marcou os minutos e as horas e aquele corpo deixou de saber em que tempo estava. Os seus olhos tinham finalmente adormecido e o corpo já não emitia aquela respiração lenta.
O quarto depois desse dia, ficou completamente vazio. Já não estava lá o corpo quieto, a mãe agarrada à mão, a caneca meia cheia de água, a flor no jarro e terminaram as conversas de corredor em surdina que teimavam em ecoar para quem estava de fora.
O branco do quarto inevitavelmente ficou mais branco e pálido e o vazio assumiu novamente o seu lugar naquele quarto com as persianas a meia luz e o silêncio permanente.

quarta-feira, 20 de agosto de 2008

Mito do príncipe encantado

Quem afinal não procura o príncipe encantado? Bem lá no fundo, acho mesmo que todas nós procuramos.
As mais diferentes mulheres, os mais diversos feitios e modos de pensar, os múltiplos objectivos de vida e os mais variados desejos... Todas querem um príncipe encantado, bem no seu íntimo.
A designação de príncipe encantado foi criada por uma mulher que encontrou um homem comum que a fez sentir uma pequenina princesinha, com direito a friozinho na barriga, a sorrisos enormes e com direito ao brilhozinho especial de quem está apaixonado.
O príncipe encantado é por isso esse que por aí anda, à procura de ser encontrado por mais uma princesinha sem príncipe. O príncipe alto, baixo, magro, gordo, com uma farta cabeleira ou até mesmo o carequinha.
Esse personagem que todos procuram, é provavelmente aquele que encontram todos os dias no autocarro, o vizinho, o empregado daquele restaurante ou loja que costumam ir ou simplesmente aquele estranho que um dia se cruzou connosco no passeio.
Agora se são todos possíveis príncipes encantados, o que distingue o verdadeiro do falso? Enfim, não há distinção apenas os dias e as horas dizem se ele é ou não o nosso príncipe encantado...
E com tanta dificuldade em distinguir é natural que nos enganemos e até mesmo que fiquemos desiludidas, mas a verdade é que nunca deixamos de tentar encontrar o verdadeiro principezinho ou o sapinho a procura de se transformar num principezinho.
Não sei se já tive verdadeiros príncipezinhos ou sapinhos à espera do beijo mágico... Seja como for, eu também não desisto de encontrar... simplesmente desisto de procurar.

segunda-feira, 18 de agosto de 2008

Talvez sei lá...

Não consigo escrever nada com sentido. Hoje não!
Não sei o que se passa comigo ultimamente, mas sinto-me abandonada por mim e pelo mundo... Deixo-me ficar quietinha no cantinho do meu quarto e olho para o vazio.
Sinto o meu coração triste, inevitável...
Penso constantemente em partir para outro sítio...
Depois penso que me iria arrepender e que as saudades acabariam por me fazer definhar no outro lado do mundo.
Não consigo imaginar o meu futuro, não sei sequer se o terei...
Deixei de acreditar em mim, nas minhas palavras e nos meus gestos. Acho que estou chateada comigo própria... Acho não, tenho a certeza!
Não sei ao certo o que se passa comigo, mas ultimamente apenas quero dormir e sonhar. No mundo dos sonhos, ou simplesmente não sonho ou simplesmente é um sonho bom. Não deixei espaço para coisas más, pois essas deixo-as para a luz do dia de olhos abertos...
Não sei falar mais... acho que já nem a escrever, consigo deixar um pouco do que sinto...
Talvez melhores dias virão... talvez esteja melhor tempo amanhã... talvez a minha alma encontre um pouco de paz... talvez eu volte a ficar bem comigo mesma... talvez qualquer coisa.
Sei lá...

domingo, 17 de agosto de 2008

A caminho do vazio

Não sei que dia é, nem as horas que marcam no meu relógio. Deixei de tentar saber em que tempo estava, pois já há muito que não me sinto parte dele!
A minha cabeça fica a navegar por ondas de pensamento que invadem-me constantemente, simplesmente porque já não sei bem quem sou.
O espelho mostra-me uma imagem que reconheço mas onde não me sinto eu, sempre com um sorriso para mostrar ao mundo e não porque realmente o carrego comigo.
Os dias foram passando e sei que a minha alma foi envelhecendo e o meu coração entristecendo. Rendo-me a pequenos momentos onde os outros fazem parte deste tempo, mas não estou realmente ali. Não sei porque mas a solidão invadiu todos os pedacinhos do meu ser e agora parece que o mundo me condenou a estar com ela, ou simplesmente eu escolhi-a para minha companhia.
A tristeza também vive comigo agora, por mais que tente... prefiro viver em sonhos e passar os meus dias a dormir... a realidade dos sonhos ultimamente consegue ser mais agradável. E que eu saiba não anda por aí ninguém a vender realidades de sonho, portanto fico-me com o que me é dado naturalmente.
Não sei ao certo se estas minhas companhias ficarão por aqui muito tempo ou se até elas me deixarão aqui abandonada, já sem ninguém do meu lado e sem qualquer tipo de sentimento...
A caminho do vazio...

sábado, 16 de agosto de 2008

Encontro de água salgada

Voltaste como a água salgada! Voltaste, porque sabias que irias embora, mais uma vez!
Hoje decidi que não iria romantizar este nosso momento, deixei que fosse um reencontro sem qualquer sentimento pois sei que sou uma sentimental sem remédio. Porque sei que iria chorar a tua partida novamente...
Foi bom rir contigo outra vez... rir-me para ti e sentir a tua pele como se fosse a minha. Podemos não ter o sentimento do amor connosco mas temos um entendimento único que nos torna em apenas um.
Encontrei-te desprovida de sentimento e mostrei-me sem qualquer fragilidade, pelo menos tentei. Tu, que de uma maneira inexplicável me conheces tão bem, desarmaste-me com a pergunta preocupada com o meu estado de espírito. E eu que até posso tentar mentir, no que toca a sentimento não o sei fazer e tu percebeste logo que havia ali qualquer coisa.
Não sei bem quem tu és, sei apenas que entraste na minha vida por algum motivo e ostentas a certeza absoluta de que sou tua...
Desta vez deixei-te entrar como água salgada na minha vida, porque eu também não queria que ficasses... porque eu também sabia que irias embora... porque tudo isto é simples e sei que não vou sofrer mais qualquer desgosto e passar dias e dias a chorar e a sentir uma tremenda falta de ar. Aquela que senti quando me apaixonei por ti e ao ver-te ir embora tentei impedir. Tola que eu era... não se impede a água salgada de regressar ao mar... Ela toca na areia daquela maneira especial, com aquele brilho de fim de dia mas regressa sempre ao mar...
Tu és a minha água salgada... aquela que me toca e vai embora mas eu já não me importo!
E antes de ires, deixa-me que te segrede: sim não estou feliz... sim estou triste... não sei apenas o motivo. Mas peço-te, volta depressa!

quarta-feira, 13 de agosto de 2008

Borboleta

Imagina um pequenino casulo que a cada dia que passa se transforma e que a
determinada altura parece que vai rebentar. Imagina que desse casulo, sai uma
borboleta com umas asinhas enormes e cheia de cor, eu queria ser essa borboleta!
Como uma borboleta, poder andar por aí às voltas e sem destino. Sem destino
e sem horas, aproveitando bem todos os minutinhos... Porque as borboletas só
vivem 24 horas, mas mesmo assim acho que são felizes.

Doce como Doce

Um copo vazio.
Um saco vazio.
Um quarto vazio.
Um armário vazio.
Uma cama vazia.
Um alma vazia.
O silêncio ecoa no quarto vazio, passeia por cima da cama vazia, enche o armário vazio, brinca com o saco vazio e roda no interior do copo vazio!
Um rádio sem som.
Uma boca que não fala.
Ouvidos que não ouvem.
Coração que não sente.
Razão que não pensa.
Um relógio que não para, mesmo quando acabam as pilhas.
Os olhos cheios de tristeza.
A expressão facial morta.
O preto substitui o azul.
O cinzento toma o lugar do cor-de-rosa.
A água salgada que perde o sal.
O mar que vira rio.
O algodão doce transformado em nuvem sem sabor.
O vento forte que passa a ser uma brisa leve.
Esperando dias melhores, onde o doce sabe e parece a doce.

terça-feira, 12 de agosto de 2008

Used to be Trully Wendy....

Cansada de ser como a água salgada... que vai e volta sem saber muito bem porquê!
Cansada de sonhar com o impossível e certa de que toda a gente tem direito a novas oportunidades, tomei a decisão de desligar com laços que ilusoriamente me fazem sentir menos sozinha...
Na verdade, estou sozinha... na verdade preciso de estar... na verdade, acho mesmo que quero estar...
Cansada de procurar nas pedrinhas, as pequeninas formiguinhas... quero olhar para os pássaros no céu... descobrir os vários verdes do chão destas pedrinhas... Desejosa de me encontrar rapidamente...
"Deixei de tentar ser o teu anjo... sequer de ser o teu amor... por mais que a consciência aperte..." por mais que tudo isto me doa... por mais que o meu coração sinta a tua falta, isto vai passar... tudo passa!
Cansada até das minhas características reticências, quero escrever sem ter mais que deixar espaço à imaginação... Quero escrever com vírgulas, pontos finais e acima de tudo utilizar o paragráfo quando não tiver mais nada a dizer nas linhas das minhas palavras...
Não desejo esquecer o passado, porque aprendi com ele.... apenas desejo deixar de estar amarrada a ele...
Despir estas roupas pesadas e cheias de histórias que já não fazem mais sentido...
Cansada de sonhar com um "Mr. Big" que não o é realmente... cansada de rosear tudo aquilo que é branco... transparente como água...
O meu mundo será sempre de uma menina-mulher, mas agora "with no strings attached"...

segunda-feira, 11 de agosto de 2008

Solidão

Eu que tenho medo da solidão e que vou rodeando-me de gente para me sentir mais viva... Eu que detesto o silêncio...
Eu que agora preciso de ficar sozinha por uns dias e esquecer-me do mundo. Desejando profundamente que o mundo também se esqueça de mim por uns dias... Desejando que a campainha não toque... desligando-me de toda e qualquer forma de comunicação...
Preciso de silêncio e sentir a minha alma sossegada... Preciso de me sentir mais forte... mais optimista... eu que nada mais me importa para além da desejada paz... eu que simplesmente espero que abra um pedacinho de sol no céu...
Se me amas, deixa-me ir... penso a toda a hora... porque não me deixas ir? A minha alma está inquieta e só quer pensar um pedacinho... organizar as ideias, tirando-as das gavetas confusas em que as arrumei na minha cabeça!
Não preciso de ficar sozinha, mas tenho que ficar... até o meu coração sinto pesado... sinto as minhas palavras sem sentido... sinto que tenho que ir um pedacinho mais à frente, com a promessa de que voltarei atrás e aí ficar um pouco mais de tempo!
Preciso de libertar a minha alma presa por um fio invisível construído e fortalecido nos meus longos dias... preciso apenas de me sentir eu outra vez e o meu coração diz-me que ainda não é aqui que o vou conseguir fazer...
Não, não tenho medo... e sim vai custar mais do que imagino... mas acho que está na hora... algo me diz que ainda não é este o meu lugar... Deixei de o encontrar por aqui....

domingo, 10 de agosto de 2008

Salas escuras

Uma sala gigante, de paredes escuras, luzes irrequietas e hipnotizantes e uma música que move os corpos produzidos para mais uma noite de tentativas.
Uma noite de tentativas, onde se procura um amor de verão, um caso de uma noite, jogos de sedução ou um príncipe ou princesa encantada. Para um amor de verão ou um simples caso, essas salas escuras não parecem ser uma má opção. Agora para aqueles solitários que procuram algo mais... aqui vai a dica: não será lá de certo que encontrarão o que procuram.
Actualmente na noite, essa noite produzida e cheirosa e sempre na moda, só se encontram alternativas de momento, com prazo de validade e momentâneas.
Ás vezes, quando vou a essas salas, acho mesmo que estou na selva e quase quase que dava para produzir um documentário interessantissimo sobre os jogos de sedução entre os humanos e os seus resultados.
Rituais de acasalamento bem sucedidos ou não, parece-me que já ninguém sai sem segundas intenções... passei a noite sentada a observar tudo isto e pareceu-me uma loucura. Se calhar, ainda sou muito menina e acredito em simplesmente para aproveitar um bom momento com aqueles com quem gosto de rir e falar. Mas aqui sentada, sinceramente só vi aquilo que achava que só acontecia nas selvas em África.
Esforços e esforços... meninas produzidas como se fossem mulheres decididas e determinadas.... homens produzidos com um charme que não é deles... as melhores roupas... os cabelos penteados.
Tudo esforços sem naturalidade... e eu aqui sentada com a minha roupa mais casual chic, pelo menos a que encontrei no armário quase desprovido disso que ainda permanece na casa dos meus pais.
Eu que sei que não encontrarei aqui o meu príncipe, diverti-me a assistir à caça... mas a certa altura perdi-me e deixei de saber quem é a caça e quem é o caçador...
Enfim, um desabafo....

quarta-feira, 6 de agosto de 2008

Suspiro

De coração aberto...
De lágrimas guardadas dentro de mim...
De tanta saudade que tenho no coração...
Da vontade imensa que tenho em ter-te aqui bem pertinho de mim...
Precisava apenas que me escutasses...
Precisava apenas que sentisses um pedacinho disto tudo!
Os suspiros não consigo controlar...
Fico à espera de ver o teu nome em qualquer lado...
Encontrar o teu rosto para além das fotografias...
Desejo que isto seja apenas um capricho de menina mimada...
Desejo que isto apenas seja um sonho...
Mas os dias passam e a vontade em ter-te aqui, não passa!
As horas passam e bem no finalzinho do dia espero encontrar-te em qualquer lado...
Como não te encontro, olho para aquela fotografia...
Numa cidade tão pequena como a nossa e não te encontro acidentalmente e sem contar....
Numa cidade tão pequena e parece que estamos em continentes diferentes, separados por milhares de quilometros.
Enfim, resta-me apenas suspirar mais um pedacinho, olhar para o relógio e esperar que o tempo passe e traga outros sentimentos.

Trully Wendy

terça-feira, 5 de agosto de 2008

Praia deserta

Somos duas almas com dois corpos sentados nesta praia deserta... Há muito que esgotamos o diálogo e agora apenas resta este estranho silêncio. Silêncio ao qual nunca alguém se habitua... pelo menos em paixões não marcadas pelo conformismo a sentimentos vazios preservados apenas numa folha de papel!
A minha avó talvez se habituasse a este silêncio estranho nesta praia deserta. Eu simplesmente não consigo... Quero ouvir outra vez o riso descontrolado, a voz rouca de tanto discutir... a respiração ofegante depois daqueles longos encontros dos nossos corpos, onde a nossa mente queria saber descobrir novas coisas...
Acho que está na altura de levantar-me e andar para outra praia, talvez não tão deserta e muito mais barulhenta... o ruído ligeiro seria como música para mim! No entanto, faltam-me as forças embora saiba que mais cedo ou mais tarde, um de nós terá que o fazer...
Olho para ti e já nem sei que pensar... Não sei bem porquê mas não te reconheço e os teus traços parecem ter mudado com a tristeza e silêncio em que habitamos! Tentei quebrar este silêncio tantas vezes, mas a voz falhava ou simplesmente a minha mente não me deixava formular sequer um suspiro...
Já nem somos capazes de olhar... simplesmente estamos lado a lado, esperando que um dia um de nós tenha a coragem para decidir o fim deste estranho silêncio e acabar com esta nossa praia deserta!
Olhas para o relógio vezes sem conta e eu conto estrelas... Contas estrelas e eu olho para o relógio... Cada vez mais o silêncio e a distância são um fosso entre nós...
Talvez eu me levante agora... Talvez tu o faças... Talvez um dia este silêncio termine!

domingo, 3 de agosto de 2008

Começar do Zero

Hoje apetecia-me ligar-te, ouvir a tua voz por escassos segundos...
Apetecia-me ter-te aqui à minha porta...
Queria que dissesses que afinal tudo isto também teve algum significado para ti!
Imagino esse momento e quase que sinto o forte abraço que me darias, porque tu também sentiste a saudade!
Queria começar do zero contigo, porque só se começa do zero nesta vida duas ou três vezes... As restantes são meras tentativas que ilusoriamente parecem ter sido bem sucedidas!
Sei que não vou sentir aquilo que senti... e que apenas um rosto me permanece gravado na cabeça e coração... Se eu pudesse escolher, era contigo que iria passear nas tardes longas e demasiado quentes de Verão...
Se eu pudesse escolher, seria contigo que iria jantar fora... A ti que apresentaria aos meus amigos! Aquele de quem eles iriam gostar, porque és assim meio herói de conto da disney... meio herói daqueles filmes de acção e acima de tudo porque és completamente real!
Mas hoje não te vou dizer nada... nem amanhã... nem depois de amanhã! Vaidosamente, deixo o orgulho vencer os meus sentimentos e não te digo mais nenhuma vez o quanto sinto a falta de ti... Não digo mais nada, porque sou teimosa... Não digo mais nada porque simplesmente não vale a pena...
Mas mesmo assim, era contigo que começava do zero...

Trully Wendy

Amor

O que é o amor?
Pode ser um hábito...
Pode ser o medo da solidão...
Pode ser a vontade de acordar com alguém todos os dias...
Pode ser a necessidade de ouvir palavras bonitas ou de simplesmente dizê-las...
Pode ser ir jantar fora com a suposta cara-metade e um casal de amigos...
Pode ser andar na rua de mão dada...
Pode ser um abraço ou um sorriso...
Pode ser um passeio à beira-mar...
Pode ser uma discussão violenta e uma implicância inexplicável...
Pode ser a extensão de um conjunto de quecas bem dadas...
Pode ser apenas uma queca fantástica e a teimosia em voltar a ter a mesma queca fantástica com a mesma pessoa!
Pode ser uma família: cara-metade, filhos, casa, carro e um cão...
Pode ser algo completamente sentimental, onde o corpo é dispensado...
Pode ser um olhar cúmplice no meio de uma multidão...
Talvez, possa ser um conjunto de mentiras ditas a quem precisa de as ouvir...
Talvez um eterno faz-de-conta...
Talvez um verdadeiro conto-de-fadas...
Ou simplesmente o amor não tem explicação, podendo ser isto e tudo o resto que nos rodeia!

Sol e Água Salgada

Num espelho, o sol resolveu observar as suas formas e descobrir se estava belo ou não!
Eu permaneço apenas pela areia molhada e olho para bem longe...
Sei que a minha alma está lá...
Apenas permaneço com o corpo aqui pois falta-me a coragem para partir rumo ao desconhecido...
Perco-me em mil pensamentos enquanto fujo da água salgada... Tenho medo que esteja muito fria e nem sequer me atrevo a experimentar! Por ter medo, nunca experimento nada e limito-me a sonhar. Depois de tudo sonhado, vendo sonhos... Faço de conta que sou decidida e nunca avanço rumo ao que não conheço, ao que não sei!
O sol a esta hora, achando que o amarelo alaranjado não lhe fica bem, resolveu mudar de cor! Está um sol cor-de-rosa demais... como eu... Um sol que tem medo da água salgada e rapidamente lhe foge...
A distracção com este momento, vale-me sentir a água salgada nos pés e saber que, afinal, não está fria... Está quente e é agradável...
A minha meninice vem ao de cima e aventuro-me pelas muitas águas salgadas envoltas em ondas... Deixo que toquem os meus joelhos... a minha barriga... o meu peito e os meus ombros...
Se calhar, o medo desaparece com a distracção... Acho que me vou distrair mais e não sonhar tanto acordada!
Acho que para já vou perder-me nesta água salgada, que é um doce desconhecido que me envolve em sentimentos que não conheço mas tenho curiosidade.