Nunca tive tempo para sentir a falta de nada ou de ninguém.
Hoje sinto a tua falta, verdadeiras saudades de ti e das tuas coisas. No meu quarto, como que vazio sem a tua presença, permanece apenas o teu cheiro pois ficou gravado na almofada e nos lençóiss cor-de-rosa, que tu gostavas porque faziam-te lembrar algodão doce.
Eras como um menino quando te deitavas naqueles lençóis pois pedias mimo e exigias total atenção. Passavamos horas deitados, com a tua cabeça a repousar no meu colo de forma a que eu pudesse brincar com o teu cabelo liso mas teimoso com aqueles jeitinhos que já diziam um pouco de como tu és. Tu que és assim ainda como uma criança de espírito rebelde e curioso, mas sei que já não vives na idade dos porquês, pois sabes exactamente o que queres e quem és.
Naquele dia, em que a porta daquele quarto abriu-se, eu percebi logo que tinhas deixado de saber quem eras do meu lado e da tua dúvida em querer-me.
Não impedi a tua partida, sabia que não te poderia prender pois sempre foste livre demais para viveres numa gaiola invisível de suplicas e pedidos recheados de choro e tristeza. Deixei-te ir mas não fazia ideia do que era sentir a tua falta e morrer todos os dias um pouco com saudades de tudo aquilo que era nosso.
Nunca percebi porque amigas minhas ficavam apáticas e tristes só porque o amor delas tinha embarcado em outra direcção. Achava que se tratava de um exagero típico do sexo feminino, até que essa hora chegou na minha vida.
Não sei se foste num barco com data prevista de chegada, nem sequer sei se foste de barco... Sei que à tua partida não havia nevoeiro que pudesse anunciar a tua chegada num dia igual a este.
Foste e eu agora estou aqui neste quartinho, nesta cama com os lençóis cor-de-rosa "algodão doce", agarrada a lembranças e ao teu cheiro que ainda persiste por aqui.
Este rosa algodão doce que me faz lembrar do teu sorriso e de tudo aquilo que ficou aqui gravado... o teu algodão doce meu menino traquina!
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