Sentamo-nos numa mesa, frente a frente. Tipo duelo, em que tu juraste sair vencedor!
Apostaste que, em questão de segundos, o meu olhar ao encontrar-se com o teu iria fazer-me sentir o frio na barriga que há muito eu não sentia. E ali permaneceste, sempre muito tranquilo como te é característico.
Eu via-te a apreciar cada segundo que o teu relógio marcava com um enorme gozo, pois sabias que não iria aguentar e acabaria por sucumbir à evidência da tua certeza. Essa certeza que te assegurou que o meu corpo e alma a ti pertenciam e que bastava seres paciente o suficiente para eu deixar-te entrar nas minhas histórias. Mas tu não querias mais uma história de encantar, querias uma história verídica daquelas que prende qualquer um ao ecrã da televisão!
Sempre foste assim, persistente. Disseste-me que quando me tinhas visto pela primeira vez, naquele barzinho que costumo frequentar com os amigos do costume, tiveste a certeza de que um dia estaríamos sentados nesta mesa.
Sentados num braço de ferro, onde eu com a armadura de que sou forte e não preciso de ninguém e não acredito em ninguém, permaneço teimosamente a tentar dizer-te que não tens razão. E onde tu, olhas para mim com toda a paciência e vaidoso por saberes que tens razão e que é uma questão de segundo até eu conseguir admiti-lo.
Eu continuo a resistir-te... e tu continuas a esperar... Eu continuo a fazer que não.... e tu continuas a ter a certeza de que sim.... Os segundos trazem os minutos, as horas e os dias e tu continuas com a mesma certeza imbalável por qualquer gesto brusco ou som mais elevado da minha parte... Tu que continuas aí, sempre tão tranquilo e certo!
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