Hoje que vejo-me ao espelho, assim toda aperaltada e diferente do que sou, perco-me em pensamentos. Perco-me nas saudades que sinto de ti, nas saudades das nossas conversas e especialmente dessa tranquilidade que sempre me trouxeste.
Numa altura da minha vida, achei simplesmente que não havia nada que pudesse dar. Nada que me surpreendesse e que na verdade precisava de um abraço forte para me proteger. Mas depois, tu bateste à minha porta da vida e perguntaste se podias entrar. Nunca ninguém o tinha feito e eu deixei, pela primeira vez porque queria mesmo que entrasses.
Começamos pelas conversas intermináveis, pelos encontros onde queríamos uma amizade genuína e sincera e pelos olhares envergonhados de quem começa a sentir o friozinho na barriga!
Depois, veio o primeiro toque acidental, a primeira vez que demos a mão conscientes de que já não estavámos mais sozinhos. Eramos cada um, mas cada um juntos.
A primeira gargalhada sincera veio quando contaste aquela anedota. Aquela que não sabes contar mas que com todo o teu esforço, fez-me rir bem alto e aí o mundo percebeu que eu estava feliz.
Mas depois, como o nevoeiro que fica por cima da ponte que atravessa o Douro, tudo desapareceu muito rapidamente e eu deixei de saber onde estava tudo aquilo. E principalmente, onde estavas tu.
Sem ti, não sei bem quem sou. Tu vês-me como eu sou mesmo, para além da imagem do espelho, e bem dentro do meu coração. Chamem-me piegas mas sem ti perdi-me algures por essa ponte e ainda hoje fico à espera que o nevoeiro chegue.
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