sábado, 27 de dezembro de 2008

Xadrez, Damas e Jazz, um pedacinho de nós!

Sonhei com o melhor, acredita que sonhei e acreditei nesse mesmo sonho durante algum tempo.
No entanto, acordei do sonho e vi que disso não passou... um sonho daqueles tipo algodão doce que se desfaz na língua....
Pensei que iríamos estar juntos por algum tempo, que caminhariamos na mesma direcção e que não haveria jamais tempo limite para as nossas longas conversas! No entanto, o despertador tocou e vi que, para além do sonho, havia um tempo limite para tudo e até para nós.
A única coisa que resta são alguns cd's daquela música jazz que aprendemos a ouvir juntos e que marcam cada palavra de sentimento trocada entre nós. Lembras-te daquele dia em que fomos jantar àquele restaurante, pertinho do Douro, com meia luz e o brilho da lua no rio... Esse mesmo jantar em que escolhemos a nossa música."The way you change my life... they can't take that away from me"... Em que me seguraste a mão e sorriste com outro segredo nos teus lábios.
Agora restam algumas fotografias e cartas do tempo em que estive fora e as chamadas telefónicas pareciam não durar mais que uns minutos que não guardariam nada do que sentíamos. Esse tempo que estive fora e que te arrastaram para longe de mim...
Inevitavelmente, o meu regresso tornou-me diferente e a ti irreconhecível... Tão distantes e sem saber mais o que nos unia para além do sonho, optamos pela realidade. E essa não nos tinha juntos sequer peões no jogo de xadrez de cada um...
Eu continuo a jogar xadrez, porque sou complexa e demoro sempre imenso tempo a resolver seja o que for! Tu passaste a ser um jogo de damas, que quando sabemos bem qual as regras e truques mais simples e menos indeciso...
Já nem as minhas linhas conseguem explicar a nossa história... Apenas aquela música de jazz...

sexta-feira, 26 de dezembro de 2008

Velocidade nos sentidos...

Na minha vida as coisas sempre aconteceram depressa demais! Tão depressa que não consegui ver tudo como queria, sentir tudo como queria, ouvir tudo como queria e saborear tudo como era suposto fazer.
Dizem que custa viver, mas mais difícil ainda é saber viver. Perco-me sempre nessa expressão e acredito que sou a personificação ideal do seu complicado significado.
Hoje, à custa da velocidade desenfreada, sento-me no sofá e pego no comando das minhas acções e deixo a vida passar como um vídeo em "slow motion". Calo-me por horas seguidas de pensamentos e lembranças, esperando sinceramente saber como é suposto viver.
Ouço os "crescidos" à minha volta, vejo os amigos que também estão crescidos e ocupados com as suas vidas e fico à espera de alguma conclusão. A conclusão não chega porque eu, também, parei para viver a minha vida ocupada por momentos rápidos sem sabor e sem lembrança.
As palavras de amor ditas nos últimos tempos são rapidamente esquecidas e os gestos perderam qualquer importância para o curso da vida acelerada.
Insisto em parar e recomeçar lentamente o percurso, ainda não revelado, mas esperado para que eu possa caminhar.
Pretendo sentir, ver, ouvir, saborear e tocar todos os momentos da minha vida e não quero mais sentar-me a expectar pelo imprevisível e a deixar que a rapidez corra em todos os meus movimentos e momentos.
Dedico-me então a estas palavras escritas na esperança de me relembrar todos os dias de que quero ver as coisas correram mais devagar, para que as possa agarrar com as minhas mãos...
Com as minhas duas mãos, espero agarrar os meus dias e os teus.... Espero amanhã lembrar-te da palavra que me dizes todas as noites quando adormeço sem perceber, causa de um cansaço imenso....

terça-feira, 16 de dezembro de 2008

Segredo e um Sorriso

Diz-me um segredo... Um segredo daqueles que só a nós pertence e desse teu sorriso, que trazes contigo sempre que vens ver-me, deixa-me um pedacinho.
Diz-me qualquer coisa bem baixinho ao meu ouvido, pois a ternura do teu toque reside no carinho da tua voz....
Diz-me Bom dia, abraça-te a mim e pede para que a noite regresse estrelada e brilhante.
Diz-me Boa Noite e envolve-me no teu abraço, com a certeza de que sou tua...
Tu que és tantos num só e eu que não passo da tua menina pequenina! Por isso pega em mim e protege-me como se de um pequeninho pássaro se tratasse.
Diz-me um segredo, daqueles bem doces e faz-me acreditar que posso sonhar com amanhã.
Diz-me um segredo e não vás embora sem deixar o teu sorriso... aquele teu sorriso que utilizo com o meu quando torno-me tua cúmplice...
Diz-me qualquer coisa e deixa-te ficar do meu lado só mais um pedacinho...

sábado, 6 de dezembro de 2008

Luzes de Natal

As ruas da cidade estão todas iluminadas e agitadas. Acho que a Baixa tem muito mais vida no Natal, acho que devia ser Natal todos os dias... Nesta altura, as pessoas andam todas com os corações mais cheios de qualquer coisa e os afectos esquecidos durante o ano, são relembrados e aquecidos não só com prendas e embrulhos, mas com palavras e toques.
Enquanto vou passando pela rua, não deixo de contemplar toda a iluminação e decoração e até o frio imenso engraça as ruas e decorações da época.
Nesta rua, com um frio imenso, vou passando pelas inúmeras montras e deixo-me ficar de propósito mais tempo fora de casa para continuar a sentir isto. O meu longo casaco preto, o meu cachecol imenso e as luvas ajudam-me a aguentar mais tempo...
Sinto-me uma pequenina observadora que vigia o resto do mundo nesta época e que ao escrever regista o que se vai sentido nas ruas e nas expressões faciais, para que não se perca nem um pedacinho do que é sentir este calorzinho.
A época deve ter o significado que cada um entender... Seja um dia religioso, um dia especial em que o mundo inteiro para ou o dia do Pai Natal... Não interessa o que é, mas como se vive e sente.
Nem sei bem porque estou a escrever sobre isto, mas seja como for... da maneira que for, escrevi porque há dias que passo repetidamente pela Baixa para sentir o calorzinho das luzes e das comprinhas de Natal que passeiam nas mais variadas mãos das pessoas que invadem as ruas de Santa Catarina!
Porque gosto de tudo o que as luzes de Natal trazem às pessoas...

Por isto e porque simplesmente me apeteceu:

"Have yourself a merry little Christmas... For now on our troubles will be outside..."

sábado, 29 de novembro de 2008

Filha da mãe de solidão...

Hoje é daqueles dias em que me deixo afundar na cama carregada de cobertores e com uma almofada grande e fofa. Esta almofada que tão bem consegue segurar os meus sonhos e limpar as minhas lágrimas...
Fui invadida pela "filha da mãe da solidão" e, de repente, a menina independente e dona do seu narizinho passa a menina que precisa desesperadamente de colo e de sentir amor...
Hoje deixo-me ficar pela cama, vejo tudo o que dá na televisão e opto por não dizer nem um ai... Nem sequer peço para que me abram a janela e me corram as cortinas para entrar a luz... Que permaneça escuro este meu quartinho e amanhã talvez deixe entrar um pedacinho de luz...
Não quero me encontrar com ninguém e espero sinceramente ser resgatada por um sapo, que seja príncipe à séria e que venha com uma capa de um trevo de quatro folhas...
Um sapo, príncipe à séria, que me peça as tranças para trepar este muro inivísivel que a "filha da mãe da solidão" ergueu... Alguém armado em tom de heroísmo e que acredite que consegue travar um duelo com este coração tristinho e partido ao meio...
Alguém que cavalgue as inseguranças e distribua raios de sol neste meu quartinho de cama imensa e almofada em que me afundo...

sábado, 22 de novembro de 2008

Always baby

A nossa história foi rápida mas senti-a a sério... Tão a sério que quando chegou o momento soube que tinha que deixar-te ir. Ias porque querias e não precisei de perguntar o motivo.
A tristeza não chegou a apoderar-se dos meus dias... Mais tarde ou mais cedo, tinhamos que seguir e sim o mundo lá fora tinha importância...
Tu que tens tanto ainda para descobrir... que tens fitas ainda para transformar em laços parecidos aos que eu tenho... Tu que ainda não sabes o porquê que eu gosto tanto desta nossa cidade... Tu que ainda não sabes o gozo que dá aqueles pequenos momentos de conversa ao final do dia cor-de-laranja, com um bom café e um amigo para trocar frases e gargalhadas...
Tu que ainda tentas encontrar-te nos vários caminhos que os dias te dão... Tu que ficas cansado com a intensidade dos dias e entusiasmado com o que virá a seguir... Tu que ainda estás a descobrir tudo de ti e da tua vida...
Eu já sei um pouco mais que tu... Já sei o que quero e o que não quero... Já passei por esses caminhos todos e já escolhi o que tinha a escolher... Eu que sei um pouco mais de mim e me reconheço nos pequenos gestos... Eu que já não aprecio as longas confusões de uma noite de emoções... Eu que aprecio um chá quente ao final do dia, bem no início de uma madrugada de sonhos que espero que me tragam alegria para o dia seguinte... Eu que sei o que quero de um amor e de alguém que fique do meu lado...
Eu que tenho tanto a pedir e tanto a dar... e Tu que não sabes o que dar.... nem se queres... Tu que não sabes se queres ou não receber...
A vida encaminhou-se de nos separar e terminar uma história, mais uma nas nossas vidas... Onde ficam as coisas boas... As piadinhas... os olhares trocados... o amor em segredo... o adormecer abraçado... os beijinhos intermináveis e os meus suspiros, como se tu fosses um doce... Aquele suspiro de satisfação...
No final, ficam gravados os minutos da nossa história... lembras?
O dia em que nos conhecemos... os desfiles de pijama... de boxers... de camisas desapertadas... as longas conversas sobre a vida e os desafios que irias encontrar... os meus desabafos de amores perdidos e complicados... os sorrisos... as risadas... o companheirismo... as frases... Tudo.

Depois disto, sei que sou diferente e que me ajudaste sem dúvida alguma... a ser eu sem medo... a viver com a certeza do que quero... Só por isso... Always Baby...

For now? I wish you love...

terça-feira, 18 de novembro de 2008

Báu....

Hoje não te agarrei nem prendi...
Deixei o abraço deixar de o ser...
As palavras guardei-as na minha garganta e coração...
Respirei fundo e ouvi-te suspirar...
Caminhei pela cidade inevitavelmente nostálgica, achando que o nosso tempo já foi há demasiado tempo atrás!
Aliás o nosso tempo é tão antigo que está guardado num báu, daqueles cheios de pó e enterrados num jardim qualquer...
Veio a noite, deitei e tentei não sonhar para não encher o meu coração de cor-de-rosa e vermelho. Acordei e as gotas de chuvas estavam impressas na minha janela... Olhei e procurei rastos de ti... rastos de mim... rastos de nós... Nada. Não estava ali nada...
Corri apressada para o jardim para encontrar o báu enterrado mas alguém o tinha levado para longe... Se calhar foram os rastos de ti...
Se calhar foram os rastos de mim... Não sei...
Hoje não me agarrei as lembranças guardadas na caixinha coração, aquelas lembranças de coração que tenho de ti...
Hoje limitei-me a não pensar no nosso báu... nem me permiti olhar sequer espreitar à caixinha coração... Deixei-me afundar no silêncio do meu quarto e no teu silêncio... sem esperar nada... apenas à espera de ver o tempo passar... apenas à espera de voltar a respirar...

sábado, 15 de novembro de 2008

Mais umas linhas...

Adormeci do teu lado, como era habitual... Sempre tivemos esse jeitinho especial de adormecermos juntos, sem que o outro se sentisse apertado na nossa pequena cama. Aquela cama que os tempos de juventude e de pouco dinheiro permitiam-nos...
As almofadas que dividiamos criteriosamente, tu sempre dormiste com a almofada mais alta e eu sempre com a mais baixa e mole para que pudesse dobrá-la e agarrar-me a ela, durante a noite.
Para além de nós os dois, ainda restava espaço para o peluche que tornou-se a minha companhia quando comecei a viver sozinha... e também para o gato, que estava lá em casa quando chegaste e por isso mesmo a tua alergia aprendeu a viver com ele...
Lembro-me de acordar sempre com o teu atraso e de acordar com uma carícia e com um sussuro que me dizia que já podia ir tomar banho...
Todas estas coisas que eram nossas e que me faziam sentir mais em casa... Sabias disso? Que os teus braços nessa altura eram um pouco de casa? Eu sempre encontrei pedacinhos de casa nas mais pequeninas coisas... Tu já eras diferente.
Tu sempre me disseste que não conseguias sentir esse conforto de casa... que não conseguias acalmar e sentir esta minha serenidade... Mas mesmo assim, adormecias do meu lado. E sabes quando dormíamos separados? Sim havia mais espaço e podiamos espalhar o corpo à vontade, mas faltava-me ali o cheirinho de casa... de conforto... de felicidade, que não sei explicar muito bem...
Hoje já não é assim... quando um tem a sua cama... as palavras não são mais trocadas e os olhares são evitados... e a minha tristeza é daquelas caladas... não me apetece falar com ninguém e só me apetece chorar... Mas sabes que as lágrimas recusam-se a cair? E tu que andas por aí, sempre com um ar tão alienado... sem um sorriso feliz, daqueles que tinhas e usavas quando te encontrei pela primeira vez...
O ar de menino traquina e de coração grande desapareceu com os dias... e o ar de alienado foi crescendo... a distância surgiu e ficou. E nós já não partilhamos mais aquela cama pequena nem os pequenos gestos de manhã...
Sabes que ainda não consegui parar de escrever desde essa altura? Procuro o conjunto de linhas ideias para descrever o que nos aconteceu... mas por mais que escreva não consigo aproximar-me da realidade e do que realmente sinto...
E por isso continuo a escrever pela noite e dia fora... talvez consiga explicar ou simplesmente consiga perceber que nem tudo tem de ter explicação... se calhar nós somos inexplicáveis!

Acaso, um encontro.

Encontramo-nos por acaso, como quem ao virar a esquina choca com alguém desconhecido...
Eu não sabia que irias entrar assim na minha vida mas mesmo assim fui abrindo a porta... Cada vez com mais espaço para que entrasses e invadisses os meus dias!
Tu também não sabias que me ias encontrar... Mas quando me viste, sabias com toda a certeza o que querias... o que irias fazer e até o que irias falar.
Os dias passaram e fui aprendendo a ler nos teus olhos o que a tua cabeça pensa e a tua boca esconde. Sim esses teus olhos que conseguem dizer muito mais que um livro explicativo qualquer de um tema qualquer...
Perco-me nestas palavras escritas para saber ao certo o que te quero dizer com as palavras ditas... mas acho que não vou dizer nada! O silêncio trará as nossas respostas e irá assegurar os nossos corações...
Agora que este encontro breve está quase a terminar... que os caminhos são diferentes, pois eu vou virar à direita e tu à esquerda... Duas ruas que não voltarão a encontrar-se nem sequer partilhar os atalhos que nos fazem chegar mais depressa ao pôr-do-sol!
Dizes que eu sou demasiado e eu sinto que és de menos...

segunda-feira, 10 de novembro de 2008

Tempestade

A nossa tempestade é só nossa! A nossa tempestade não precisa de terceiros elementos para que a chuva e o vento sejam cada vez mais agressivos e se afastem do mar.
A nossa tempestade é causada por mim, às vezes é o que penso. A nossa tempestade é causada por ti é o que sinto. Ou então simplesmente, a nossa tempestade é apenas resultado do que nós somos juntos e se calhar não dá mesmo...
Desisto de compreender o porquê destas discussões todas... Das portas batidas, das lágrimas deitadas antes de dormir, do revirar na cama sem motivo... Cansada de dormir de costas voltadas à pessoa que deveria estar sempre de peito aberto para me receber e acolher os medos.
Desisto de compreender esse teu silêncio e desejo de não me ouvires e veres mais... Desisto de tentar sempre resolver as coisas, como se eu fosse a única adulta entre nós...
Cansada de tentar ser um sol num cenário de tempestade agreste e selvagem... Cansada de respirar fundo e não dizer o que penso quando quero e quando sinto necessidade de o fazer.
Simplesmente, já não me importo de adormecer chateada contigo... Simplesmente não me importo de acordar chateada contigo e continuar o dia assim.
Simplesmente sou uma tonta... Simplesmente deixei de tentar ser pequenina... Porque caso não tenhas percebido eu sou grandinha... Porque sei o que quero e o que não quero... e disto não preciso...
O dia foi longo demais e a tempestade continua sem parar... Portanto que continue a chover porque eu sei que um dia o sol vai brilhar... pelo menos, para um de nós!

terça-feira, 4 de novembro de 2008

A nossa história

A nossa história meu querido...
Essa história construída pelos minutos, horas, dias, meses e anos. Essa história que está escritas nas páginas das nossas lembranças e que nos fazem regressar a esse tempo, quando a tristeza nos invade o coração.
As lembranças gravadas em fotografias instântaneas que são a nossa mente... O toque que sempre foi o mesmo... as palavras sussuradas que sempre tiveram mais sabor do que uma taça de gelado de café com chantilly e pepitas de café.
Esse gelado que costumavamos ir comer àquela esplanada bem pertinho do mar, onde conseguimos ouvir as ondas tocaram nas rochas... Aquela esplanada onde o sol era sempre cor-de-laranja meio rosado. Aquela esplanada onde palavras sérias trocamos pela primeira vez.
A nossa história que não cabe nas linhas do meu caderno, a nossa história que não se contenta com um pequenino caderno... A nossa história.

domingo, 26 de outubro de 2008

Assim eu...

Assim feita menina de mãos vazias, alma desocupada e coração para arrendar...
Assim feita mulher que sabe o que quer, mas na verdade e bem no fundinho da caixinha coração não sabe...
Assim sem ser uma coisa ou outra plenamente... Perco-me no que quero, no que sonho e no que espero que a vida me traga como surpresa!
Eu que sou pequenina e espero um conto de fadas... Eu que sou grandinha e não acredito em sapos enfeitiçados ou historinhas cor-de-rosa...
Assim feita menina que perdeu o peluche de estimação e não sabe o que fazer...
Assim feita mulher que sabe sempre qual o caminho, pois sabe interpretar mapas...
Assim sem ser pequenina ou grandinha, procurando o papel em que me sinto melhor...
Um dia sei que vou acordar e saber ao certo o que sou e como sou... Acho que quero ser pequenina pois não preciso de responder a nada e posso perguntar o que quiser.
Ou então quero ser grandinha, pois assim vou poder ser eu a escrever a história e a desenhar o mapa.
Assim feita menina que não suporta o vestinho cor-de-rosinha e só quer poder jogar à bola e poder desmanchar os caracóis perfeitos do meu cabelo...
Assim feita mulher que não suporta as horas, o trânsito e o ter que responder sempre a tudo...
Assim sem saber muito bem quem quero ser, fico à espera de ver mais qualquer coisa no final da rua... no final do túnel e desta caminhada que parece não ter mais fim.
Assim eu... sem saber!

quarta-feira, 22 de outubro de 2008

Velocidade

A velocidade sempre me assustou...
Por isso deixei de correr as ruas com tempo em cima de mim... Com um pedal demasiado pesado em que me forço constantemente para poder alcançar quem vai mais à frente.
Não... Não corro mais, não passo dos 50 km/h e recuso-me a passar vermelhos...
Se um segundo é demasiado tempo, então eu deixo de querer seguir-te...
Se só tu sabes o caminho e eu preciso de seguir-te para voltar a encontrar-te, então esquece.
Prefiro continuar em passo lento, em ritmo constante e saber que não vou deixar consumir-me pelo tempo que nos rouba tanto de nós!
Esse tempo louco e desenfreado que nos faz sentir que um dia não chega para viver tudo... Em que um dia não serve sequer para guardar o silêncio que as nossas palavras precisam para não se esgotarem.
Não quero olhar de segundo em segundo para o relógio... Não quero contar os minutos esperando que eles cheguem para nos salvar. Não se salva o que tem pressa em fugir de uma solução, sabias?
As palavras tornaram-se rápidas demais, bem como os gestos, os toques e as noites que deixavámos reservadas para nós...
Sempre detestei as velocidades e sinceramente não quero mesmo correr mais...

terça-feira, 21 de outubro de 2008

Num dia como este..

Fico simplesmente à espera do dia em que resolvas desaparecer, assim no meio da multidão e no meio da chuva que caí sem parar.
Num dia de chuva, num dia como este em que sei que me fazes imensa falta... Assim num dia chuvoso e frio em que o teu corpo me dá temperatura, em que as tuas palavras aquecem o meu coração e o teu sorriso desvenda um pequenino raio de sol!
Assim como podes ir embora se logo hoje está a chover muito e eu preciso que por cá fiques mais uns minutos, horas, dias e meses?
Hoje estou melancólica e preciso do teu abraço, aquele que me devolve tanto do que tenho perdido com o passar dos dias... tanto do que me roubam a cada minuto... Simplesmente à procura de uma salvação para tudo isto... simplesmente porque preciso de me sentir em casa e de me sentir real...
Num dia como este em que quero apenas que deixe de chover e que tu não penses em ir embora...

sábado, 4 de outubro de 2008

E se...

Meu querido, hoje acordei com uma angústia tremenda.
Pensei como seria se já não restasse um pedacinho de luz em nós...
E se o tempo se acabasse e nós não tivessemos tempo para dizer aquilo que nos une?
E se a tua vontade determinasse que não me querias mais do teu lado, pronta para mais uma jornada?!
E se o som que ouvimos dentro de nós quando estamos juntos se transformasse em ruído e palavras ocas?
E se um dia acordassemos em camas separadas, cada qual com uma almofada vazia?
E se o toque deixasse de acontecer? E a minha pele nunca mais sentisse a tua e ficasse condenada a temperatura baixa...
Se os passos que deste, as tuas decisões fossem erradas e tivesses disposto a arriscar-nos?
E se decidisses que não haveriam mais palavras quentes e com sentido... Se decidisses que nada disto vale a pena e que apenas queres sentir-te só.
Se naquele dia não tivesses decidido tentar, seguir o teu coração?
Meu querido, que angústia nasceu num sonho e passou para o meu coração. Por isso, peço-te diz-me, apenas mais uma vez quando eu adormecer, que me queres do teu lado e que tudo o que somos permanece inalterável!

quarta-feira, 1 de outubro de 2008

Interior de uma caixinha coração

Às vezes precisamos de coragem para dizer o que trazemos na nossa caixinha coração. Eu várias vezes te falei de coração mas nunca sobre o que tinha no coração. Nunca contei-te as minhas preocupações e angústias, muito menos o medo que sinto de pensar que talvez um dia não me queiras a teu lado.
Eu que sou uma tonta apaixonada, sem qualquer tipo de inteligência emocional e sem qualquer vontade de a ter... Eu que penso no "e se" e deixo-me viajar por todo um campo de possibilidades que em instantes roubam-me o sorriso. Sim este sorriso que o sinto temporário e escasso na minha face.
Agora o relógio marca o momento ideal para te falar do que trago na minha caixinha coração... Esta caixinha que sente que não deve ficar à espera de que te decidas, que não tolera a tua dúvida e que reclama a certeza mais que certa de que sou eu quem queres. Por isso vou-te falar de coração e sobre ele:
"Não quero ficar em segundo lugar, não quero que sejas tu a dizer que não queres mais, não quero silêncios, não suporto a ausência, não suporto a dúvida e não quero precisar de uma certeza como a tua para continuar a respirar. Com toda a calma e tranquilidade, digo-te que não quero mais ficar assim, ansiosa e perdida. É um risco que corremos desde o início, mas eu sei que não o quero mais. E se um dia eu perder a possibilidade de ser a primeira, de ser a única e de ser a certeza de alguém?
Não entendas isto como pressão sequer como um pedido para que tomes uma decisão, apenas entende isto como a boa jogada de um jogador com bastante fair play e com bom timing... Sou eu que vou embora e não é por não querer, é simplesmente por querer demais. Demais da conta do que podes dar ou queres dar... Eu sou assim..."

E agora, chega de "e se?"

segunda-feira, 29 de setembro de 2008

Teu jeito e graça

O teu jeito? é veres-me sem jeito!
A tua graça? é veres-me sem graça!
A tua quietude? é veres-me inquieta!
Sabes o que queres sabes quando olho para ti, com aquela cara de menina e aquele sorriso imenso. Tens o meu coraçãozinho quando olhas para mim certo de que eu sou quem queres do teu lado.
Eu faço birra de menina mimada, bato o pé e digo que não. Tu permaneces calmo e simplesmente à espera. Eu duvido do que tens dentro de ti e digo-te. Tu, quando a minha tempestade passa, dizes que não tenho porque duvidar.
A tua pele na minha... o teu cheiro no meu... a vontade de sorrir sem esperar um futuro revelado, mas apenas essa tua calma...
Tu e esse teu jeito de me tirarem do sério, quando eu não consigo parar quieta e na verdade sinto-me nervosa. Tu dizes que eu estou nervosa, eu digo que não uma e duas vezes mas acabo por dizer-te que sim.
Tu e essa tua graça que teimam em não rir das minhas piadinhas nervosas e desta minha inquietude, mas sei que esse sorriso aparentemente condescendente revela a tua gargalhada.
Tu...

sexta-feira, 26 de setembro de 2008

Click

As minhas palavras escritas envoltas numa capa de frases encontram as imagens que tens aí contigo. As imagens que guardas na tua máquina fotográfica que já percorreu o mundo, guardou imagens e sentiu todo o que encontrou por aí de sentimento!
Lembro-me do dia em que nos cruzamos sem saber o que o destino e apenas um "click" dessa tua máquina nos reservava. Lembro-me de mostrares no ecrã dessa máquina a minha imagem. Uma imagem de uma mulher bem longe de ti, ignorando a tua presença ou ausência, com o cabelo empurrado pelo vento na direcção do céu e com as árvores chegando bem longe, quase pertinho das estrelas que ainda estavam escondidas!
E tu aproximaste-te sem medo, porque sabias que aquele "click" tinha acontecido para isso mesmo, para nos encontrarmos. Não podias ter a certeza de tudo, mas sabias que nas minhas palavras e gestos as tuas imagens ganhariam vida e sentimento. Aquele sentimento que tu não tinhas e a vida que querias mudar.
Lembro-me do teu olhar vago e perdido, mas que trazia uma pequena sombra de esperança. Esperança de te sentires completo, compreendido e de puderes completar e compreender alguém também. Lembro-me de ti e de mim, um sem o outro. Sei que estavamos perdidos.
Agora escrevo-te todas as noites para que não te sintas perdido, para que compreendas as tuas imagens guardadas nessa máquina.
Registo todas as nossas emoções e os nossos sorrisos nas nossas palavras, tu guardas em imagens e juntos tatuamos na pele o que é nosso.
Porque nunca é demais, descrevo-te o meu sorriso... Porque nunca é demais, só mais um CliCK!

quarta-feira, 24 de setembro de 2008

Reflexão

Percorro as ruas da cidade e deixo-me perder no que os meus olhos dão ao meu coração!
Deixo-me ir pelas imagens distorcidas pela velocidade do carro e fico-me pela banda sonora do meu auto-rádio, que toca aquele cd cheio de músicas.
Acho que encontrei aquela rua especial, com aquelas pedrinhas da calçada que me invadem de recordações! Paro ali e fico perdida no tempo...
As saudades de tudo, até do pormenor mais ridículo, invadem-me e fico com a certeza de que a coisa mais difícil no mundo é viver... ou pelo menos, como alguém me disse, saber viver!
Sou demasiado sentimentalista e ainda sou daquelas que fica agarrada ao mais pequeno pormenor... Daquelas que acredita que apesar de tudo um sorriso ainda equivale a um milhão e que um sentimento não tem sequer possível valor calculável.

terça-feira, 16 de setembro de 2008

Duelo

Sentamo-nos numa mesa, frente a frente. Tipo duelo, em que tu juraste sair vencedor!
Apostaste que, em questão de segundos, o meu olhar ao encontrar-se com o teu iria fazer-me sentir o frio na barriga que há muito eu não sentia. E ali permaneceste, sempre muito tranquilo como te é característico.
Eu via-te a apreciar cada segundo que o teu relógio marcava com um enorme gozo, pois sabias que não iria aguentar e acabaria por sucumbir à evidência da tua certeza. Essa certeza que te assegurou que o meu corpo e alma a ti pertenciam e que bastava seres paciente o suficiente para eu deixar-te entrar nas minhas histórias. Mas tu não querias mais uma história de encantar, querias uma história verídica daquelas que prende qualquer um ao ecrã da televisão!
Sempre foste assim, persistente. Disseste-me que quando me tinhas visto pela primeira vez, naquele barzinho que costumo frequentar com os amigos do costume, tiveste a certeza de que um dia estaríamos sentados nesta mesa.
Sentados num braço de ferro, onde eu com a armadura de que sou forte e não preciso de ninguém e não acredito em ninguém, permaneço teimosamente a tentar dizer-te que não tens razão. E onde tu, olhas para mim com toda a paciência e vaidoso por saberes que tens razão e que é uma questão de segundo até eu conseguir admiti-lo.
Eu continuo a resistir-te... e tu continuas a esperar... Eu continuo a fazer que não.... e tu continuas a ter a certeza de que sim.... Os segundos trazem os minutos, as horas e os dias e tu continuas com a mesma certeza imbalável por qualquer gesto brusco ou som mais elevado da minha parte... Tu que continuas aí, sempre tão tranquilo e certo!

Nevoeiro

Hoje que vejo-me ao espelho, assim toda aperaltada e diferente do que sou, perco-me em pensamentos. Perco-me nas saudades que sinto de ti, nas saudades das nossas conversas e especialmente dessa tranquilidade que sempre me trouxeste.
Numa altura da minha vida, achei simplesmente que não havia nada que pudesse dar. Nada que me surpreendesse e que na verdade precisava de um abraço forte para me proteger. Mas depois, tu bateste à minha porta da vida e perguntaste se podias entrar. Nunca ninguém o tinha feito e eu deixei, pela primeira vez porque queria mesmo que entrasses.
Começamos pelas conversas intermináveis, pelos encontros onde queríamos uma amizade genuína e sincera e pelos olhares envergonhados de quem começa a sentir o friozinho na barriga!
Depois, veio o primeiro toque acidental, a primeira vez que demos a mão conscientes de que já não estavámos mais sozinhos. Eramos cada um, mas cada um juntos.
A primeira gargalhada sincera veio quando contaste aquela anedota. Aquela que não sabes contar mas que com todo o teu esforço, fez-me rir bem alto e aí o mundo percebeu que eu estava feliz.
Mas depois, como o nevoeiro que fica por cima da ponte que atravessa o Douro, tudo desapareceu muito rapidamente e eu deixei de saber onde estava tudo aquilo. E principalmente, onde estavas tu.
Sem ti, não sei bem quem sou. Tu vês-me como eu sou mesmo, para além da imagem do espelho, e bem dentro do meu coração. Chamem-me piegas mas sem ti perdi-me algures por essa ponte e ainda hoje fico à espera que o nevoeiro chegue.

Ainda hoje...

Gostar assim desta maneira. Gostar de ti, como o céu das estrelas.
Gostar assim desta maneira que me tranquiliza e que me dá tudo aquilo que preciso saber. Gostar assim de alguém, ao final do dia, pertinho do mar... Aproveitando cada segundinho e saboreando todos os minutinhos do nosso tempo.
Observar e admirar o teu sorriso, o desenho do teu sorriso aliás. Perder-me nos contornos do teu rosto e encontrar o meu próprio sorriso em ti.
Tudo o que é teu... mas principalmente as tuas palavras escritas. Ainda hoje guardamos o velho hábito de trocarmos palavras escritas. Ainda hoje perdemo-nos nos dias, mas encontramo-nos nas linhas!
Já passou tanto tempo mas ainda nos atrevemos a dizer que somos felizes, que continuamos apaixonados e que parece ontem o dia em que nos conhecemos.
Os cabelos brancos não nos impedem de sentir e de viver. As rugas, nas nossas caras, guardam cada uma das nossas histórias vividas e sonhos por cumprir. Os miúdos que nos rodeiam, agora, são parecidos connosco, não achas?
Ainda hoje quero ir contigo aproveitar o final de dia, bem pertinho da nossa água salgada... Ainda hoje quero ouvir-te sussurar-me ao ouvido o quanto ainda queres do teu lado e quantas mais rugas queres encontrar na minha cara. Ainda hoje somos nós... Ainda hoje sentimos como nós... Ainda hoje soamos a nós. E sim, hoje escrevemos só para nós!

segunda-feira, 15 de setembro de 2008

Nariz Vermelho e Água Salgada

Gosto desse narizinho vermelho. Redondo e que preenche quase toda a tua cara, mas mesmo assim não esconde o teu sorriso.
Gosto do teu fato às riscas e largueirão, da flor artificial que trazes ao peito e que na verdade é uma bisnaga.
Gosto do chapéu que usas torto de propósito, para assim teres um pedacinho de mais graça.
Gosto dos sapatos que usas, pois são três vezes maiores que os teus pés. Gosto do andar pateta e desajeitado.
Gosto da gravata com pintarolas que usas, combinando com uma camisa vermelha.
Gosto dos suspensórios azuis que usas... Gosto das calças com xadrez.
Gosto dessa confusão visual.
Gosto da maneira como me fazes sentir, mais uma vez como uma menina que vai ao circo pela primeira vez e não consegue disfarçar o encantamento por tamanha magia e fantasia.
Sempre fui desse tipo de miúdas. Dessas que acreditam em histórias de encantar, que adoram ir ao circo e que apreciam os tão falados passeios de mão dada à beira-mar, bem pertinho da água salgada.
Tu, o meu palhacinho favorito, pois sabes fazer-me rir como ninguém. Que devolves o brilho no meu olhar e que me sussuras magia aos ouvidos. Tu, mesmo com essa cara pintada de branco e cores vivas, que deixas-me ver-te como realmente és...
Tu que costumas passear comigo, bem pertinho da água salgada e com esse teu narizinho vermelho.

terça-feira, 9 de setembro de 2008

Algodão Doce

Nunca tive tempo para sentir a falta de nada ou de ninguém.
Hoje sinto a tua falta, verdadeiras saudades de ti e das tuas coisas. No meu quarto, como que vazio sem a tua presença, permanece apenas o teu cheiro pois ficou gravado na almofada e nos lençóiss cor-de-rosa, que tu gostavas porque faziam-te lembrar algodão doce.
Eras como um menino quando te deitavas naqueles lençóis pois pedias mimo e exigias total atenção. Passavamos horas deitados, com a tua cabeça a repousar no meu colo de forma a que eu pudesse brincar com o teu cabelo liso mas teimoso com aqueles jeitinhos que já diziam um pouco de como tu és. Tu que és assim ainda como uma criança de espírito rebelde e curioso, mas sei que já não vives na idade dos porquês, pois sabes exactamente o que queres e quem és.
Naquele dia, em que a porta daquele quarto abriu-se, eu percebi logo que tinhas deixado de saber quem eras do meu lado e da tua dúvida em querer-me.
Não impedi a tua partida, sabia que não te poderia prender pois sempre foste livre demais para viveres numa gaiola invisível de suplicas e pedidos recheados de choro e tristeza. Deixei-te ir mas não fazia ideia do que era sentir a tua falta e morrer todos os dias um pouco com saudades de tudo aquilo que era nosso.
Nunca percebi porque amigas minhas ficavam apáticas e tristes só porque o amor delas tinha embarcado em outra direcção. Achava que se tratava de um exagero típico do sexo feminino, até que essa hora chegou na minha vida.
Não sei se foste num barco com data prevista de chegada, nem sequer sei se foste de barco... Sei que à tua partida não havia nevoeiro que pudesse anunciar a tua chegada num dia igual a este.
Foste e eu agora estou aqui neste quartinho, nesta cama com os lençóis cor-de-rosa "algodão doce", agarrada a lembranças e ao teu cheiro que ainda persiste por aqui.
Este rosa algodão doce que me faz lembrar do teu sorriso e de tudo aquilo que ficou aqui gravado... o teu algodão doce meu menino traquina!

quinta-feira, 4 de setembro de 2008

Gosto de ti, água salgada!

Deixo tocar aquele álbum, que digo que é o teu...
Observo o teu corpo bem à frente do meu, onde as tuas mãos deixassem a conhecer o meu corpo e os teus olhos, acredita, invadem a minha alma.
Não me importo com os dias que vêm depois do nosso agora. Não me importo com mais nada para além do hoje. Não quero saber e sem pudor, digo que gosto de ti. Assim tão simples e tão claro, gosto de ti. ´
Não me resigno com o pouco que me dás, aceito com naturalidade o que a vida nos proporciona.
Apetece-me gritar que te adoro, que preciso de ti e que o teu toque me traz muito mais, do que o conto de fadas de menina me poderia dar. Não peço demais nem dou demais, não desta vez.
Não te exijo aquilo que eu própria não te posso dar. Fico feliz por receber o que tens para me dar agora e satisfeita por saber que sei fazer o mesmo contigo.
O nosso álbum continua a tocar como banda sonora dos beijos, dos abraços e do momento em que nos tornamos um. Sim, se calhar amanhã já não te lembras e eu ainda vou lembrar...
Mas estou bem assim... Fico à espera, mas não de ti... fico à espera que a vida me revele o meu príncipe encantado, que quanto sei podes ser tu, meu lindo e extraordinário sapo, como pode ser outro qualquer que saiba muito mais de mim do que tu.
Por agora fico-me por este agradável sentimento de estar em casa, de te olhar com a minha carinha e de te ver com a tua carinha de safado.
Sim tu tens essa carinha de safado, que me seduz... Somos pele. Se calhar, somos apenas isso... Seja como for, espero... espero para ver o que a vida me reserva e revela e fico à espera que a água salgada me traga a resposta deste segredo que é viver e sentir.
Seja como for: gosto de ti agora. Que importa o amanhã?

quarta-feira, 3 de setembro de 2008

Em casa

O amanhã parece não importar mais. O resto do mundo também não.
Sem estar realmente preocupada com o amanhã e como nos sentiremos relativamente a ele, aproveito bem todos estes minutinhos em que estou aqui contigo, onde o mundo deixou de existir.
A tua pele que toca na minha, quase que se fundindo numa só. A comichão que tens no queixo e que te fazer tocar o meu ombro para espantar a comichão impertinente mas tão bemvinda. O teu braço na minha cintura que me faz lembrar a todos os segundos que este nosso momento é real e que mais ninguém consegue compreender o que me fazes sentir. Sabes que contigo encontro-me em casa? E é tão bom sentir-me assim.
Sei que na nossa história é quase impossível um final feliz, mas não me importo. Não quero saber do amanhã, quero saber do Agora. Sem aceitar qualquer censura de quem está lá do lado de fora e não entende o que é isto. Acho que também não entendemos mas até sabemos viver com a definição indefinida disto e de nós.
Não sei se vou ficar à espera de que realmente a definição seja redifinida e eu possa exibir ao mundo o que tenho na minha caixinha coração. Não sei se amanhã vou continuar a sentir isto. Não sei o que é que a vida nos reserva mas sei que adoro sentir-me hoje e agora contigo em casa.

terça-feira, 2 de setembro de 2008

Sem pudor

Se eu pudesse colocar em palavras o que transporto na minha caixinha coração, saberias decerto que és apenas tu que enches o meu sorriso e as minhas palavras pensadas. Se eu pudesse contar o meu segredo ao mundo, diria que gosto de ti sem qualquer tipo de pudor ou vergonha e com uma vaidade de menina.
Se soubessem o motivo que me leva a sorrir assim, saberiam que tu enches o meu dia com um sol brilhante e quente; e a minha noite com uma bolachuda lua cheia, como aquelas bolachas de manteiga. Aquelas bolachas de manteiga que derretem na boca e que nos fazem querer comer mais, porque é bom demais!
Se nas cantigas de amor tivessem que escolher um poeta, escolheriam o que é nosso. Escolheriam os nossos sorrisos, as nossas conversas, os nossos olhares, as nossas noites em claro e os finais de dia carregados de saudade. Decerto, que escolheriam os meus suspiros para refrão e o nosso toque para a mais perfeita e compreensível estrofe.
Se o vento pudesse levar com ele alguma coisa, seria um beijo meu para chegar a ti ainda mais rápido. São apenas 16h e parece uma eternidade até o relógio marcar as 19h.
Se eu pudesse fechar os olhos e ter um desejo satisfeito, seria ter-te bem atrás de mim num abraço forte e com um beijo bem suave no pescoço, daqueles que só tu sabes dar.
Sou uma menina apaixonada sem pudor ou vergonha. Passeio a minha paixão pintada no meu olhar e falada no meu sorriso.
Se eu pudesse, congelava os nossos fins de dia. Sabes que sabem muito mais a casa, do que realmente as quatro paredes sem ti. Quatro paredes onde a noite custa mais a passar, onde o sono não é tranquilo e apenas resta um pedacinho de ti, quando me apercebo que ainda tenho um pedacinho do teu cheiro na almofada, a tua claro.
Se eu fosse agora uma menina, estaria de certeza com o olhar coquete, timido e vaidoso.
Sem pudor e com a maior das simplicidades, gosto de ti. Gosto de ti, como gosto dos finais de dia.

Praia Cor-de-Laranja

Um final de dia bem cor-de-laranja e eles os dois.
Nesse final de dia, deixei-me a observar os dois que por ali estavam e trocavam, naquela (nossa) praia, juras de amor eterno.
Abraços demorados, risos bem sonoros e palavras sussuradas. Para fazer esta uma imagem bem cinematográfica, o vento batia na roupa dela, que era de uma leveza encantadora, e brincava com os seus cabelos que acariciavam a cara dele. Ele, nem por um instante incomodado, continuou segurando aquela que ele tinha a certeza de que era a tal.
Inevitável o passeio de mão dada, as longas conversas e o silêncio agradável.
Meses mais tarde e uns quantos imprevistos da vida ou destino, as discussões e o silêncio chato...
Aquela praia voltou a ficar vazia e sem riso... Aquela praia conta apenas com a minha visita nostálgica que teima em vir encontrar mais dois como nós, como eles... Nós que pensavamos saber tudo e que julgavamos já ter sentido tudo o que há para sentir! Nós que descobrimos que afinal havia vida para além de nós, daquela praia, daquele final de dia cor-de-laranja e das promessas ditas bem pertinho da água salgada.
Nós que juntos sentimos o frio da água salgada, que como eles os dois brincamos ali, que como eles deixamos que os imprevistos nos afastassem.
Separados por águas salgadas e colocados em diferentes praias... Nós aqui e vocês aí bem longe, do outro lado querendo sempre um pouquinho mais do que aquela praia!

segunda-feira, 1 de setembro de 2008

Apatia

O sol brilha na tua cara
O tempo passa e as coisas acontecem...
Será que o relógio não pará?
Será que as pessoas que te rodeiam sentem?
Sentem de verdade
Aquilo que carregam ao peito
Sem ser a dita caridade
Aquela que vem sempre com um pouco de despeito
que se anuncia na tua e na deles altivez forçada.
A alma vagueia pela rua
Como que abandonada
E tu sabes que é a tua...
Ficas parado sem a reconhecer...
Ficas admirado por não a reclamares...
Permaneces adepto de não sofrer...

sábado, 30 de agosto de 2008

Garotinha?

É isso.... "quem sabe eu ainda sou uma garotinha"... é isso se calhar "o príncipe virou um chato"!!!

E por isso mesmo peço um pouquinho de "malandragem", até porque sou "poeta e não aprendi a amar..."

Sim... eu "sou criança e não conheço a verdade..."!


"Quem sabe eu ainda sou uma garotinha!"

Sentindo liberdade... Onde o doce sabe a doce, onde o vento traz a liberdade e as palavras trazem o sorriso... :)

quarta-feira, 27 de agosto de 2008

Regresso a casa

A ordem regressa lentamente à minha razão e ao meu pequenino coração, ainda pequenino demais e meio incerto dos dias que virão.
A calma regressa aos dias e o meu próprio caminho desenha-se de dia para dia. Desenha-se em contornos de gestos, pensamentos e certezas só minhas, uma tranquilidade que procurava há algum tempo.
A solidão e o silêncio trazem consigo as respostas que preciso. Saber ser e estar sozinho, vai dando a um pouco de mim o que preciso para estar rodeada de uma multidão.

Sem muito mais para dizer, apenas isto:

Satisfeita por reconhecer o caminho de regresso a casa.

quinta-feira, 21 de agosto de 2008

Quarto branco

Num dia chuvoso como este, o seu corpo permanecia ali imóvel, a face demasiado pálida e a voz quase sumida.
Ela outrora um corpo cheio de vida, via os seus dias passaram naquele quarto demasiado branco e demasiado cheio de nada. Uma cama de ferro, uma pequenina mesa de cabeceira onde permanecia sempre uma caneca meio cheia de água e um jarro com uma magnólia, a sua flor preferida.
Nesse quarto já não estavam lá os livros, os inúmeros cd's, a quantidade enorme de sapatos coloridos, os perfumes, as fotografias e o gato que sempre esteve lá. Um quarto com uma janela sem cortinas, sempre com as persianas descidas até meio permitindo a entrada de uma meia luz. Essa luz que entrava no quarto deixava ver o seu rosto cada vez mais pálido, permitia conhecer a tristeza e o vazio daquele corpo. Corpo que outrora tinha tanta vida, tanta luz e tão cheio de tudo.
As pessoas iam entrando como que por turnos, sempre falando em meio tom e com um olhar de piedade. Essas mesmas pessoas conversavam com o pessoal sempre vestindo batas brancas, sempre com ar cisudo. As conversas ecooavam nos corredores mas não chegava para serem ouvidas naquele quarto.
A mãe adormeceu vezes sem conta, agarrada àquela mão que quase já não se mexia ou expressava. Era inevitável recordar o como aquele corpo e aquelas palavras usavam as mãos para dizer o que lhe ia na alma.
Os lábios deixaram de saber beijar e quase já não se mexiam para usar a palavra. Os dias passavam naquele quarto e aquele corpo permanecia quase imóvel olhando para o relógio, esperando que um dia conseguisse deixar de ver.
Um dia, o relógio marcou os minutos e as horas e aquele corpo deixou de saber em que tempo estava. Os seus olhos tinham finalmente adormecido e o corpo já não emitia aquela respiração lenta.
O quarto depois desse dia, ficou completamente vazio. Já não estava lá o corpo quieto, a mãe agarrada à mão, a caneca meia cheia de água, a flor no jarro e terminaram as conversas de corredor em surdina que teimavam em ecoar para quem estava de fora.
O branco do quarto inevitavelmente ficou mais branco e pálido e o vazio assumiu novamente o seu lugar naquele quarto com as persianas a meia luz e o silêncio permanente.

quarta-feira, 20 de agosto de 2008

Mito do príncipe encantado

Quem afinal não procura o príncipe encantado? Bem lá no fundo, acho mesmo que todas nós procuramos.
As mais diferentes mulheres, os mais diversos feitios e modos de pensar, os múltiplos objectivos de vida e os mais variados desejos... Todas querem um príncipe encantado, bem no seu íntimo.
A designação de príncipe encantado foi criada por uma mulher que encontrou um homem comum que a fez sentir uma pequenina princesinha, com direito a friozinho na barriga, a sorrisos enormes e com direito ao brilhozinho especial de quem está apaixonado.
O príncipe encantado é por isso esse que por aí anda, à procura de ser encontrado por mais uma princesinha sem príncipe. O príncipe alto, baixo, magro, gordo, com uma farta cabeleira ou até mesmo o carequinha.
Esse personagem que todos procuram, é provavelmente aquele que encontram todos os dias no autocarro, o vizinho, o empregado daquele restaurante ou loja que costumam ir ou simplesmente aquele estranho que um dia se cruzou connosco no passeio.
Agora se são todos possíveis príncipes encantados, o que distingue o verdadeiro do falso? Enfim, não há distinção apenas os dias e as horas dizem se ele é ou não o nosso príncipe encantado...
E com tanta dificuldade em distinguir é natural que nos enganemos e até mesmo que fiquemos desiludidas, mas a verdade é que nunca deixamos de tentar encontrar o verdadeiro principezinho ou o sapinho a procura de se transformar num principezinho.
Não sei se já tive verdadeiros príncipezinhos ou sapinhos à espera do beijo mágico... Seja como for, eu também não desisto de encontrar... simplesmente desisto de procurar.

segunda-feira, 18 de agosto de 2008

Talvez sei lá...

Não consigo escrever nada com sentido. Hoje não!
Não sei o que se passa comigo ultimamente, mas sinto-me abandonada por mim e pelo mundo... Deixo-me ficar quietinha no cantinho do meu quarto e olho para o vazio.
Sinto o meu coração triste, inevitável...
Penso constantemente em partir para outro sítio...
Depois penso que me iria arrepender e que as saudades acabariam por me fazer definhar no outro lado do mundo.
Não consigo imaginar o meu futuro, não sei sequer se o terei...
Deixei de acreditar em mim, nas minhas palavras e nos meus gestos. Acho que estou chateada comigo própria... Acho não, tenho a certeza!
Não sei ao certo o que se passa comigo, mas ultimamente apenas quero dormir e sonhar. No mundo dos sonhos, ou simplesmente não sonho ou simplesmente é um sonho bom. Não deixei espaço para coisas más, pois essas deixo-as para a luz do dia de olhos abertos...
Não sei falar mais... acho que já nem a escrever, consigo deixar um pouco do que sinto...
Talvez melhores dias virão... talvez esteja melhor tempo amanhã... talvez a minha alma encontre um pouco de paz... talvez eu volte a ficar bem comigo mesma... talvez qualquer coisa.
Sei lá...

domingo, 17 de agosto de 2008

A caminho do vazio

Não sei que dia é, nem as horas que marcam no meu relógio. Deixei de tentar saber em que tempo estava, pois já há muito que não me sinto parte dele!
A minha cabeça fica a navegar por ondas de pensamento que invadem-me constantemente, simplesmente porque já não sei bem quem sou.
O espelho mostra-me uma imagem que reconheço mas onde não me sinto eu, sempre com um sorriso para mostrar ao mundo e não porque realmente o carrego comigo.
Os dias foram passando e sei que a minha alma foi envelhecendo e o meu coração entristecendo. Rendo-me a pequenos momentos onde os outros fazem parte deste tempo, mas não estou realmente ali. Não sei porque mas a solidão invadiu todos os pedacinhos do meu ser e agora parece que o mundo me condenou a estar com ela, ou simplesmente eu escolhi-a para minha companhia.
A tristeza também vive comigo agora, por mais que tente... prefiro viver em sonhos e passar os meus dias a dormir... a realidade dos sonhos ultimamente consegue ser mais agradável. E que eu saiba não anda por aí ninguém a vender realidades de sonho, portanto fico-me com o que me é dado naturalmente.
Não sei ao certo se estas minhas companhias ficarão por aqui muito tempo ou se até elas me deixarão aqui abandonada, já sem ninguém do meu lado e sem qualquer tipo de sentimento...
A caminho do vazio...

sábado, 16 de agosto de 2008

Encontro de água salgada

Voltaste como a água salgada! Voltaste, porque sabias que irias embora, mais uma vez!
Hoje decidi que não iria romantizar este nosso momento, deixei que fosse um reencontro sem qualquer sentimento pois sei que sou uma sentimental sem remédio. Porque sei que iria chorar a tua partida novamente...
Foi bom rir contigo outra vez... rir-me para ti e sentir a tua pele como se fosse a minha. Podemos não ter o sentimento do amor connosco mas temos um entendimento único que nos torna em apenas um.
Encontrei-te desprovida de sentimento e mostrei-me sem qualquer fragilidade, pelo menos tentei. Tu, que de uma maneira inexplicável me conheces tão bem, desarmaste-me com a pergunta preocupada com o meu estado de espírito. E eu que até posso tentar mentir, no que toca a sentimento não o sei fazer e tu percebeste logo que havia ali qualquer coisa.
Não sei bem quem tu és, sei apenas que entraste na minha vida por algum motivo e ostentas a certeza absoluta de que sou tua...
Desta vez deixei-te entrar como água salgada na minha vida, porque eu também não queria que ficasses... porque eu também sabia que irias embora... porque tudo isto é simples e sei que não vou sofrer mais qualquer desgosto e passar dias e dias a chorar e a sentir uma tremenda falta de ar. Aquela que senti quando me apaixonei por ti e ao ver-te ir embora tentei impedir. Tola que eu era... não se impede a água salgada de regressar ao mar... Ela toca na areia daquela maneira especial, com aquele brilho de fim de dia mas regressa sempre ao mar...
Tu és a minha água salgada... aquela que me toca e vai embora mas eu já não me importo!
E antes de ires, deixa-me que te segrede: sim não estou feliz... sim estou triste... não sei apenas o motivo. Mas peço-te, volta depressa!

quarta-feira, 13 de agosto de 2008

Borboleta

Imagina um pequenino casulo que a cada dia que passa se transforma e que a
determinada altura parece que vai rebentar. Imagina que desse casulo, sai uma
borboleta com umas asinhas enormes e cheia de cor, eu queria ser essa borboleta!
Como uma borboleta, poder andar por aí às voltas e sem destino. Sem destino
e sem horas, aproveitando bem todos os minutinhos... Porque as borboletas só
vivem 24 horas, mas mesmo assim acho que são felizes.

Doce como Doce

Um copo vazio.
Um saco vazio.
Um quarto vazio.
Um armário vazio.
Uma cama vazia.
Um alma vazia.
O silêncio ecoa no quarto vazio, passeia por cima da cama vazia, enche o armário vazio, brinca com o saco vazio e roda no interior do copo vazio!
Um rádio sem som.
Uma boca que não fala.
Ouvidos que não ouvem.
Coração que não sente.
Razão que não pensa.
Um relógio que não para, mesmo quando acabam as pilhas.
Os olhos cheios de tristeza.
A expressão facial morta.
O preto substitui o azul.
O cinzento toma o lugar do cor-de-rosa.
A água salgada que perde o sal.
O mar que vira rio.
O algodão doce transformado em nuvem sem sabor.
O vento forte que passa a ser uma brisa leve.
Esperando dias melhores, onde o doce sabe e parece a doce.

terça-feira, 12 de agosto de 2008

Used to be Trully Wendy....

Cansada de ser como a água salgada... que vai e volta sem saber muito bem porquê!
Cansada de sonhar com o impossível e certa de que toda a gente tem direito a novas oportunidades, tomei a decisão de desligar com laços que ilusoriamente me fazem sentir menos sozinha...
Na verdade, estou sozinha... na verdade preciso de estar... na verdade, acho mesmo que quero estar...
Cansada de procurar nas pedrinhas, as pequeninas formiguinhas... quero olhar para os pássaros no céu... descobrir os vários verdes do chão destas pedrinhas... Desejosa de me encontrar rapidamente...
"Deixei de tentar ser o teu anjo... sequer de ser o teu amor... por mais que a consciência aperte..." por mais que tudo isto me doa... por mais que o meu coração sinta a tua falta, isto vai passar... tudo passa!
Cansada até das minhas características reticências, quero escrever sem ter mais que deixar espaço à imaginação... Quero escrever com vírgulas, pontos finais e acima de tudo utilizar o paragráfo quando não tiver mais nada a dizer nas linhas das minhas palavras...
Não desejo esquecer o passado, porque aprendi com ele.... apenas desejo deixar de estar amarrada a ele...
Despir estas roupas pesadas e cheias de histórias que já não fazem mais sentido...
Cansada de sonhar com um "Mr. Big" que não o é realmente... cansada de rosear tudo aquilo que é branco... transparente como água...
O meu mundo será sempre de uma menina-mulher, mas agora "with no strings attached"...

segunda-feira, 11 de agosto de 2008

Solidão

Eu que tenho medo da solidão e que vou rodeando-me de gente para me sentir mais viva... Eu que detesto o silêncio...
Eu que agora preciso de ficar sozinha por uns dias e esquecer-me do mundo. Desejando profundamente que o mundo também se esqueça de mim por uns dias... Desejando que a campainha não toque... desligando-me de toda e qualquer forma de comunicação...
Preciso de silêncio e sentir a minha alma sossegada... Preciso de me sentir mais forte... mais optimista... eu que nada mais me importa para além da desejada paz... eu que simplesmente espero que abra um pedacinho de sol no céu...
Se me amas, deixa-me ir... penso a toda a hora... porque não me deixas ir? A minha alma está inquieta e só quer pensar um pedacinho... organizar as ideias, tirando-as das gavetas confusas em que as arrumei na minha cabeça!
Não preciso de ficar sozinha, mas tenho que ficar... até o meu coração sinto pesado... sinto as minhas palavras sem sentido... sinto que tenho que ir um pedacinho mais à frente, com a promessa de que voltarei atrás e aí ficar um pouco mais de tempo!
Preciso de libertar a minha alma presa por um fio invisível construído e fortalecido nos meus longos dias... preciso apenas de me sentir eu outra vez e o meu coração diz-me que ainda não é aqui que o vou conseguir fazer...
Não, não tenho medo... e sim vai custar mais do que imagino... mas acho que está na hora... algo me diz que ainda não é este o meu lugar... Deixei de o encontrar por aqui....

domingo, 10 de agosto de 2008

Salas escuras

Uma sala gigante, de paredes escuras, luzes irrequietas e hipnotizantes e uma música que move os corpos produzidos para mais uma noite de tentativas.
Uma noite de tentativas, onde se procura um amor de verão, um caso de uma noite, jogos de sedução ou um príncipe ou princesa encantada. Para um amor de verão ou um simples caso, essas salas escuras não parecem ser uma má opção. Agora para aqueles solitários que procuram algo mais... aqui vai a dica: não será lá de certo que encontrarão o que procuram.
Actualmente na noite, essa noite produzida e cheirosa e sempre na moda, só se encontram alternativas de momento, com prazo de validade e momentâneas.
Ás vezes, quando vou a essas salas, acho mesmo que estou na selva e quase quase que dava para produzir um documentário interessantissimo sobre os jogos de sedução entre os humanos e os seus resultados.
Rituais de acasalamento bem sucedidos ou não, parece-me que já ninguém sai sem segundas intenções... passei a noite sentada a observar tudo isto e pareceu-me uma loucura. Se calhar, ainda sou muito menina e acredito em simplesmente para aproveitar um bom momento com aqueles com quem gosto de rir e falar. Mas aqui sentada, sinceramente só vi aquilo que achava que só acontecia nas selvas em África.
Esforços e esforços... meninas produzidas como se fossem mulheres decididas e determinadas.... homens produzidos com um charme que não é deles... as melhores roupas... os cabelos penteados.
Tudo esforços sem naturalidade... e eu aqui sentada com a minha roupa mais casual chic, pelo menos a que encontrei no armário quase desprovido disso que ainda permanece na casa dos meus pais.
Eu que sei que não encontrarei aqui o meu príncipe, diverti-me a assistir à caça... mas a certa altura perdi-me e deixei de saber quem é a caça e quem é o caçador...
Enfim, um desabafo....

quarta-feira, 6 de agosto de 2008

Suspiro

De coração aberto...
De lágrimas guardadas dentro de mim...
De tanta saudade que tenho no coração...
Da vontade imensa que tenho em ter-te aqui bem pertinho de mim...
Precisava apenas que me escutasses...
Precisava apenas que sentisses um pedacinho disto tudo!
Os suspiros não consigo controlar...
Fico à espera de ver o teu nome em qualquer lado...
Encontrar o teu rosto para além das fotografias...
Desejo que isto seja apenas um capricho de menina mimada...
Desejo que isto apenas seja um sonho...
Mas os dias passam e a vontade em ter-te aqui, não passa!
As horas passam e bem no finalzinho do dia espero encontrar-te em qualquer lado...
Como não te encontro, olho para aquela fotografia...
Numa cidade tão pequena como a nossa e não te encontro acidentalmente e sem contar....
Numa cidade tão pequena e parece que estamos em continentes diferentes, separados por milhares de quilometros.
Enfim, resta-me apenas suspirar mais um pedacinho, olhar para o relógio e esperar que o tempo passe e traga outros sentimentos.

Trully Wendy

terça-feira, 5 de agosto de 2008

Praia deserta

Somos duas almas com dois corpos sentados nesta praia deserta... Há muito que esgotamos o diálogo e agora apenas resta este estranho silêncio. Silêncio ao qual nunca alguém se habitua... pelo menos em paixões não marcadas pelo conformismo a sentimentos vazios preservados apenas numa folha de papel!
A minha avó talvez se habituasse a este silêncio estranho nesta praia deserta. Eu simplesmente não consigo... Quero ouvir outra vez o riso descontrolado, a voz rouca de tanto discutir... a respiração ofegante depois daqueles longos encontros dos nossos corpos, onde a nossa mente queria saber descobrir novas coisas...
Acho que está na altura de levantar-me e andar para outra praia, talvez não tão deserta e muito mais barulhenta... o ruído ligeiro seria como música para mim! No entanto, faltam-me as forças embora saiba que mais cedo ou mais tarde, um de nós terá que o fazer...
Olho para ti e já nem sei que pensar... Não sei bem porquê mas não te reconheço e os teus traços parecem ter mudado com a tristeza e silêncio em que habitamos! Tentei quebrar este silêncio tantas vezes, mas a voz falhava ou simplesmente a minha mente não me deixava formular sequer um suspiro...
Já nem somos capazes de olhar... simplesmente estamos lado a lado, esperando que um dia um de nós tenha a coragem para decidir o fim deste estranho silêncio e acabar com esta nossa praia deserta!
Olhas para o relógio vezes sem conta e eu conto estrelas... Contas estrelas e eu olho para o relógio... Cada vez mais o silêncio e a distância são um fosso entre nós...
Talvez eu me levante agora... Talvez tu o faças... Talvez um dia este silêncio termine!

domingo, 3 de agosto de 2008

Começar do Zero

Hoje apetecia-me ligar-te, ouvir a tua voz por escassos segundos...
Apetecia-me ter-te aqui à minha porta...
Queria que dissesses que afinal tudo isto também teve algum significado para ti!
Imagino esse momento e quase que sinto o forte abraço que me darias, porque tu também sentiste a saudade!
Queria começar do zero contigo, porque só se começa do zero nesta vida duas ou três vezes... As restantes são meras tentativas que ilusoriamente parecem ter sido bem sucedidas!
Sei que não vou sentir aquilo que senti... e que apenas um rosto me permanece gravado na cabeça e coração... Se eu pudesse escolher, era contigo que iria passear nas tardes longas e demasiado quentes de Verão...
Se eu pudesse escolher, seria contigo que iria jantar fora... A ti que apresentaria aos meus amigos! Aquele de quem eles iriam gostar, porque és assim meio herói de conto da disney... meio herói daqueles filmes de acção e acima de tudo porque és completamente real!
Mas hoje não te vou dizer nada... nem amanhã... nem depois de amanhã! Vaidosamente, deixo o orgulho vencer os meus sentimentos e não te digo mais nenhuma vez o quanto sinto a falta de ti... Não digo mais nada, porque sou teimosa... Não digo mais nada porque simplesmente não vale a pena...
Mas mesmo assim, era contigo que começava do zero...

Trully Wendy

Amor

O que é o amor?
Pode ser um hábito...
Pode ser o medo da solidão...
Pode ser a vontade de acordar com alguém todos os dias...
Pode ser a necessidade de ouvir palavras bonitas ou de simplesmente dizê-las...
Pode ser ir jantar fora com a suposta cara-metade e um casal de amigos...
Pode ser andar na rua de mão dada...
Pode ser um abraço ou um sorriso...
Pode ser um passeio à beira-mar...
Pode ser uma discussão violenta e uma implicância inexplicável...
Pode ser a extensão de um conjunto de quecas bem dadas...
Pode ser apenas uma queca fantástica e a teimosia em voltar a ter a mesma queca fantástica com a mesma pessoa!
Pode ser uma família: cara-metade, filhos, casa, carro e um cão...
Pode ser algo completamente sentimental, onde o corpo é dispensado...
Pode ser um olhar cúmplice no meio de uma multidão...
Talvez, possa ser um conjunto de mentiras ditas a quem precisa de as ouvir...
Talvez um eterno faz-de-conta...
Talvez um verdadeiro conto-de-fadas...
Ou simplesmente o amor não tem explicação, podendo ser isto e tudo o resto que nos rodeia!

Sol e Água Salgada

Num espelho, o sol resolveu observar as suas formas e descobrir se estava belo ou não!
Eu permaneço apenas pela areia molhada e olho para bem longe...
Sei que a minha alma está lá...
Apenas permaneço com o corpo aqui pois falta-me a coragem para partir rumo ao desconhecido...
Perco-me em mil pensamentos enquanto fujo da água salgada... Tenho medo que esteja muito fria e nem sequer me atrevo a experimentar! Por ter medo, nunca experimento nada e limito-me a sonhar. Depois de tudo sonhado, vendo sonhos... Faço de conta que sou decidida e nunca avanço rumo ao que não conheço, ao que não sei!
O sol a esta hora, achando que o amarelo alaranjado não lhe fica bem, resolveu mudar de cor! Está um sol cor-de-rosa demais... como eu... Um sol que tem medo da água salgada e rapidamente lhe foge...
A distracção com este momento, vale-me sentir a água salgada nos pés e saber que, afinal, não está fria... Está quente e é agradável...
A minha meninice vem ao de cima e aventuro-me pelas muitas águas salgadas envoltas em ondas... Deixo que toquem os meus joelhos... a minha barriga... o meu peito e os meus ombros...
Se calhar, o medo desaparece com a distracção... Acho que me vou distrair mais e não sonhar tanto acordada!
Acho que para já vou perder-me nesta água salgada, que é um doce desconhecido que me envolve em sentimentos que não conheço mas tenho curiosidade.

quarta-feira, 30 de julho de 2008

Para ti...

Sorrio para ti tímida... Fico tipo menina bem pequenina e com aquele brilhozinho no olhar!
Falas comigo bem calmamente e mesmo quando fica apenas o silêncio, a minha cabeça sabe que pode descansar no teu ombro...
Não há cenário paradisíaco nem sequer uma paisagem romântica... Nunca fomos de romantismos! Somos mais companheiros, amigos e eu acho mesmo que somos o porto de abrigo um do outro!
Somos mais de ficar abraçados, em silêncio ou simplesmente a dizer as maiores parvoíces do mundo! Quando paramos com essas brincadeiras, deixa que te diga eu adoro esses momentos... momentos em que ficamos calados, abraçados e cada um a pensar na sua vida... Vidas tão diferentes e tão distantes... Almas tão diferentes... mas mesmo assim, encontramo-nos no conforto desta ilha que fizemos só nossa... não é amor, nem paixão...
É uma amizade daquelas que dura uma vida inteira, mesmo que seja apenas em lembrança... até porque um dia o mundo lá fora não vai deixar que regressemos a esta ilha....
Mas este sentimento de me sentir em casa, vai cá estar sempre....
Este sentimento de me sentir em casa a olhar para uma paisagem comum e ter um ombro onde possa descansar a minha cabeça e chorar as minhas tristezas...
Para ti que tens um lugar demasiado especial, porque me fazes rir, porque te preocupas comigo... obrigado!

domingo, 27 de julho de 2008

Senhora e Dona

Um pouco cansada de que constantemente queiram saber da minha vida, dos meus dias, dos meus pensamentos e até dos meus sentimentos!
Farta de ouvir opiniões não pedidas de pessoas que nada importam, mas que pensam que sim!
Rcebendo instruções que não vou acatar sobre o curso do meu próprio destino!
Pensando que sou dona da minha liberdade e que assim vou continuar a ser... Seguro bem o volante e sigo em frente, mesmo não conhecendo o caminho!
Cansada de falsas convenções e moralismos de pessoas que não saber sequer admitir que erraram e os erros dos outros... Exausta de julgamentos morais que eu sei que não levam ninguém a lado nenhum, mas que os deixam felizes porque poderam falar!
Com a alma livre, afasto tudo isto e sigo em frente... Afinal sou dona e senhora da minha vida, dos meus dias, dos meus pensamentos e até dos meus sentimentos!

sábado, 26 de julho de 2008

Despedida em dia de chuva

Uma viagem de carro longa...
Uma música que passa vezes sem conta no auto-rádio...
As mesmas expressões faciais, desde o momento de saída de casa...
Vestindo as roupas mais tristes que guardavam os armários...
Encosto a minha cabeça ao vidro... Sinto-me melancólica e nostálgica...
Não sei se é do tempo que se vestiu o dia...
Acho que pode ser desta chuva...
Ou então, é a tua falta...
Cheguei à tua nova casa... rodeada de silêncio e tristeza...
Toda a gente veste a tristeza nas suas caras...
Tu estás aqui apenas em lembrança e resta de ti um corpo morto, vestido com a tua melhor roupa...
Lembro de ti... do teu sorriso... das longas conversas... dos passeios durante a madrugada... lembro-me de que gostavas do verde e não do preto... Por isso hoje vesti aquela camisola que me deste... verde...
Parece que acordei num pesadelo e que não consigo sair daqui... quero adormecer num sonho e estar contigo, abraçar-te e saber-te aqui, ainda do meu lado...
Chegou a tua hora... a hora de te esconderes do mundo e descansares longe de nós... Não consigo ficar ali a assistir ao final de tudo, recusando-me um pouco a acreditar no final... Sempre achei que a nossa história seria interminável...
Deixo contigo a primeira flor que me deste... o primeiro beijo... a primeira emoção sentida...
Entro no carro e assisto à despedida.... como custa demais dizer adeus... saber que não vais voltar... saber que não é apenas uma distância causada por uma discussão tola!
Continua a chover, as gotas da chuva caiem na minha janela ao mesmo ritmo que caem as minhas lágrimas na minha face... Perco o meu olhar no longíquo... deixo a minha mente viajar até ao horizonte... No final, apenas resta um vazio e este silêncio...

sexta-feira, 25 de julho de 2008

Comboio até Casa

Nesta viagem de comboio, aproveito para encostar a minha cabeça à janela e pensar em toda a nossa história! Faz tanto tempo que não te toco, acho que já não sei reconhecer a tua pele e absorver o teu sorriso, como costumava fazer...
Já não vejo em mim a menina apaixonada que saltava para o teu colo e bebia os teus beijos...
Esta viagem de regresso a casa não é bem o que imaginamos! Está a ser tão dificil ter que voltar a encontrar o momento em que paramos a nossa história, prometendo retomá-la quando chegasse este dia... mas porquê tanto medo? Foi o que tinhamos planeado, mas e agora?
Lembro de chorar no teu colo quando me sentia perdida... de adormecer no teu colo quando me sentia segura... de tocar o teu corpo com a ansiedade característica de menina apaixonada... Tu que eu sempre soube que eras o meu princípe! Sim, eu acreditava em princípes, mas apenas num... em ti!
O barulhos do carris interrompe o meu pensamento e lembra-me que estou a chegar a casa... começo a reconhecer a paisagem... a cidade cinzenta e agitada! Os carros que andam em marcha lenta na outra ponte, que passa por cima do rio... aquele rio em que costumavamos admirar a figura da lua!
Começa a abrandar cada vez mais este comboio... lentamente vai parando e ouve-se aquele apito! Aquele apito que avisa os saudosos de que os ausentes regressaram e que poderão matar as saudades! Olho para as restantes caras, não sou a única com medo...
Vejo um homem de fato escuro... que passou a viagem a olhar para fotos antigas e a imaginar um possível diálogo... sem um único sorriso e em momentos, poderia jurar que vi uma lágrima...
Saímos do comboio, os ausentes, e ali está a multidão de pessoas que nos esperam... Curioso, o homem de fato não tem ninguém à sua espera, apercebo-me de que ele é só agora um ausente. Um ausente que procura ser alvo de saudade... um ausente que deseja um regresso cheio de saudosos que o abracem e lhe digam que já chegou a casa e que tudo vai ficar bem!
Ausentes e saudosos vão-se abraçando e afastando da zona do desembarque...
Fica um espaço vazio... não está aqui ninguém. Pensei que estarias aqui, afinal enganei-me e o meu receio de voltar para o vazio era real! Não estás aqui... afinal não regressei a casa!
Baixo os braços para levantar as malas cheias de roupas e lembranças dos dias de ausência... quando ouço-te chamar por mim...
Atrasado como de costume... todo atrapalhado e ofegante... Apercebo-me aí que ainda sou aquela menina... sou aquela menina porque vou pular para o teu colo, beber o teu beijo e absorver o abraço...
Quando finalmente, nos encontramos... apenas sussuras bem baixinho: "bemvinda a casa forasteira... agora não voltas a ir embora! Afinal, esta é a tua casa e eu ainda sou o teu princípe"
Nunca um abraço teve este gosto e sentimento... finalmente estou em casa...

Água salgada... novas etapas

É final de dia, daqueles bem cor-de-laranja com um pedacinho de
cor-de-rosa, quentes e bem lentos! Permaneço levantada, com os pés enterrados na
areia...
Aqui relembro toda a minha história desde menina irreverente, a adolescente
tímida, jovem adulta inocente a adulta... Adulta sem qualquer adjectivo
qualificativo porque ainda é cedo demais para ter qualquer qualificação!
Lembro-me dos dias passados em casa dos meus pais, quando não passava
apenas da menina irreverente. Aquela menina que andava a passear pela casa de
meias até aos joelhos, dois rabos de cavalo no cabelo e a ausência de alguns
dentes no sorriso enorme e ingénuo! Acho que nessa altura, achava que iria
alcançar o mundo com o meu pequeno braço e a minha pequenina mão!
Sinto o frio tocar nos meus braços e não resisto a tentar dar um pouco mais
de calor com as minhas mãos... O sol está mais baixo e eu continuo a viajar nas
minhas lembranças!
Lembranças de uma adolescência de timidez, onde achava não conseguir falar
ao mundo e me refugiava em livros e páginas! Era a melhor aluna da turma, a que
não fazia asneiras e a que estava sempre em casa, respeitando completamente o
rótulo de menina de classe média, que tem sempre o melhor comportamento! O
problema residiu na curiosidade que começou a invadir os meus pensamentos nessa
altura e que foram crescendo ao longo dos dias e anos que passaram...
A jovem adulta ingénua nasceu aí e foi entregue ao mundo selvagem por sua
decisão e por sua conta... Sozinha enfrentou o desconhecido e desafiou o ainda
mais desconhecido... Chorou tantas vezes ao longo do caminho, mas, também, riu!
Aquela que foi descobrindo o corpo, seu e dos outros, nessa fase de tanta
ingenuidade! Onde acreditava em amor para sempre e de sempre... onde acreditava
em histórias de encantar para toda a gente...
Continuo aqui nesta praia... estou bem no meio e ao meu redor ouço e sinto
as pessoas em passadas largas... fugindo do sol que se põe e recebendo a lua bem
longe da areia e do mar!
Estou próxima das ondas rebentadas, inevitável por isso sentir a água
salgada tocar-me nos pés... aquecer-me a alma e fazer-me lembrar desta minha
vida de adulta...
Não sei de nada, não vi nada, não ouvi e poucos acreditam que tenha sentido
de verdade alguma coisa...

Olho em direcção ao longe... aquele horizonte que o mar esconde no seu bolso... aquele sítio que sei que só pode ser um pouquinho melhor... Continuo sem saber nada e fico à espera que me respondam sobre o que é tudo isto...

Novo Capítulo... Tomatinha... Wendy... Princesinha... enfim... apesar de adulta, continuando a sonhar...